Hoje, passados alguns dias desde o fim de 2013, é possível realizar uma retrospectiva menos influenciada pelos impactos dos momentos recentes e analisar o que o nosso Rio teve de melhor e de pior (e de mais ou menos) no ano que passou. Para isso, utilizemos a boa e velha escala de notas, tão arbitrária quanto o editor que convidou este que vos escreve para ocupar este nobre espaço.
O que mereceu Nota 10 no Rio de Janeiro de 2013? Alguém deve ficar com a Nota 5? Qual fato precisa receber a Nota 0?
Descreverei aqui a minha opinião, mas os leitores também estão convidados a darem suas notas nos comentários. Se algum fato, indivíduo ou instituição receber muitas vezes a mesma nota, divulgarei na próxima coluna.
Sem mais delongas, vamos lá:
NOTA 0: A falta de diálogo do Poder Público com o cidadão
As autoridades da Cidade e do Estado do Rio tomaram diversas decisões de forma arbitrária em 2013, esquecendo que um mandato eletivo ou uma nomeação para cargo de confiança não representa salvo-conduto para realizar qualquer bobagem.
Eduardo Paes removeu moradores de comunidades carentes, derrubou a Perimetral sem as devidas audiências públicas e permitiu que um processo de especulação imobiliária e aumento do custo de vida empurrasse os mais pobres para longe de onde moravam. Já Sérgio Cabral quis destruir a pista de atletismo e o centro aquático do complexo do Maracanã, transportou seu cachorrinho no helicóptero do Estado e oprimiu grevistas.
O controle social foi ignorado. A população foi às ruas com razão.
NOTA 5: A Jornada Mundial da Juventude
O grande evento que trouxe jovens de todo o planeta para o Rio foi um sucesso e um fracasso ao mesmo tempo.
A alegria contagiante da juventude, o espírito de solidariedade e fraternidade que emanava das ruas e o comportamento do Papa Francisco foram elogiáveis. Já o funcionamento do Metrô Rio e a infraestrutura do terreno em Guaratiba que sediaria a Missa Campal deixaram muito a desejar.
NOTA 10: O bom humor do carioca
Mesmo com todos os problemas, com o trânsito infernal, com a violência, com as dívidas e o aumento do custo de vida que atingem a todos e com as decisões arbitrárias dos governantes já citadas, além do rebaixamento de dois times cariocas no campeonato brasileiro, o carioca continuou sabendo rir de si mesmo.
O bom humor é uma dádiva. Só não se pode confundir isso com conformismo, irresponsabilidade e submissão. As ruas mostraram em 2013 que muita gente já aprendeu.