* Henrique Silveira é geógrafo e coordenador geral da Casa Fluminense.
Durante a CPI dos trens na Assembleia Legislativa, a Supervia afirmou que pode interromper o serviço em agosto, caso um novo acordo com o governo do Estado não seja realizado. A afirmação é impactante, mas não é surpreendente. A crise dos transportes, que já existia antes, foi agravada pelos impactos da COVID-19, com a redução de passageiros, piora na qualidade do serviço e falência de muitas empresas. Assistimos à incapacidade do governo do Estado para dar respostas efetivas e integradas, como foi realizado em várias cidades do mundo e do Brasil. A ausência de uma autoridade metropolitana dos transportes para planejar e coordenar soluções estruturantes faz parte do diagnóstico sobre a crise.
O próximo governo terá grandes desafios na mobilidade urbana. Na lista estão o encerramento do contrato das barcas em fevereiro sem perspectiva de nova concessionária, o sucateamento dos sistemas de trens, a licitação das linhas de ônibus intermunicipais, a licitação da bilhetagem eletrônica, a conclusão do trecho Estácio-Carioca da linha 2 do metrô, entre outros. Essas tarefas estão atrasadas. Mas o que vemos é descontinuidade do trabalho, falta de equipe técnica permanente e utilização da Secretaria de Estado de Transportes como moeda de troca para atender a base aliada do governo. No período do governo Witzel e Castro foram 4 secretários comandando a pasta sem nenhuma entrega relevante.
Além do esvaziamento crônico da SETRANS, também convivemos com a tomada de decisões erradas. O anúncio pelo governo sobre a criação do metrô leve na Baixada, no trecho Pavuna-Nova Iguaçu, ao custo de 1.7 bilhões, é a cereja no bolo de tanta lambança. É uma contradição, pois o foco deve ser a recuperação do sistema de trens existente e finalização das obras em andamento, como o metrô linha 2. Mas o governo está seduzido pela lógica de inaugurar mais uma grande obra, como foi o teleférico do Alemão, hoje parado.
A reconstrução do estado do Rio de Janeiro passa, necessariamente, pelo fortalecimento e modernização das suas estruturas de planejamento e gestão, aumentando sua capacidade de entregar políticas públicas com mais eficiência, sustentabilidade e foco na redução das desigualdades. A autoridade metropolitana, conforme determina o Estatuto da Metrópole (2015), é fundamental para articular prioridades. O RJ avançou passos tímidos, porém importantes nessa agenda. Em 2018, foi concluído o Plano Metropolitano e aprovada a Lei 184/18 sobre a Governança metropolitana. Apesar de existir desde 2019, o Instituto Rio Metrópole não coordenou nenhuma iniciativa junto aos municípios e o estado para enfrentar a crise dos transportes.
No mundo existem iniciativas exitosas de coordenação metropolitana. Em Nova York, a Metropolitan Transit Authority (MTA) é responsável pelo planejamento e operação do transporte na cidade e mais 7 condados do entorno. Sob a coordenação da MTA estão 6 agências operacionais: metrô, ônibus, duas ferrovias, pontes & túneis e construção. Existem mais de 75 mil pessoas trabalhando na MTA para oferecer transporte de qualidade com baixo custo para a população. No coração do capitalismo americano, quem opera o transporte é uma grande empresa pública.
Essas experiências precisam inspirar mudanças estruturantes na mobilidade da região metropolitana. A prefeitura do Rio tomou boas decisões ao assumir maior protagonismo na coordenação dos transportes, com a retomada do BRT, a criação da Mobi-Rio e a licitação da bilhetagem digital. O governo do estado precisa ser ainda mais ousado. Por exemplo, a autoridade metropolitana deveria coordenar um pacto pela modernização dos trens, com revisão do contrato atual, previsão de subsídio público, melhoria da qualidade do serviço e parceria com os 12 municípios para requalificação urbana do entorno das estações de trem. Metas de qualidade, sustentabilidade e número de passageiros devem orientar o pacto, que pode ser gerenciado por um comitê técnico formado por secretários municipais dentro da câmara metropolitana. Exemplos e soluções existem pelo mundo, basta liderança política para implementar no Rio.
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Quem na vida, andando pelas ruas já não viu uma cadela no cio cercada de diversos cachorros esperando ou brigando pelo seu momento de aproveitar-se da indefesa. Após saciar de seus instintos animais a
abandonam a Deus dará. O RIO E O ESTADO DO RIO infelizmente hoje em dia , não deixa de ser e estar no lugar das indefesas cadelas, centenas e milhares de pessoas e políticos vira latas desprezíveis, despreparados, desqualificados, prontos para dar o bote e tirar proveitos se locupletam “gozamr” dos benesses do estado/ cidade.
Quem na vida, andando pelas ruas já não viu uma cadela no cio cercada de diversos cachorros esperando ou brigando pelo seu momento de aproveitar-se da indefesa. Após saciar de seus instintos animais a
abandonam a Deus dará. O RIO E O ESTADO DO RIO infelizmente hoje em dia , não deixa de ser e estar no lugar das indefesas cadelas, centenas e milhares de pessoas e políticos vira latas desprezíveis, despreparados, desqualificados, prontos para dar o bote e tirar proveitos se locupletarem “gozar” dos benesses do estado/ cidade.
Decisões erradas de transporte é elogio: Entregar as barcas a um operador de transporte de ônibus, o grupo JCA (dona da 1001). Depois caiu na mão da CCR, que administrava o pedágio da ponte. Era para dar certo? Supervia, um aglomerado de empresas onde a capitania era a Odebrecht. Toda sucateada, era prato cheio para ganhar dinheiro. Pena que a lava jato destruiu a manobra, aliás hoje é a única herança da operação, já que ninguém está mais preso. Teleférico, bonito nos vídeos, ganho prático zero. Só valeu para receber turistas nos eventos de 14/16. O mais antigo citado, a linha 2 do metrô já tinha túnel cavado indo para o Catumbi, depois Cruz Vermelha e Carioca, mas o túnel foi enterrado e as maquinas se viraram para levar o metrô para a Pavuna. Por fim, a concessão caiu na mão da Invepar (Odebrecht a frente) e mesmo com a reserva de mercado dada pela prefeitura de tirar os ônibus do centro, sangra com a falta dos passageiros que não podem seguir adiante. Essas são as proezas do Estado, as da prefeitura são mais recentes e são a sopa de letrinhas: BRS (quem respeita as faixas), BRT (sucata sobre rodas), VLT (retrocesso de 50 anos, poderíamos voltar as carroças e fiacres) que também é administrado pela mesma Invepar. E por fim temos a Mobi-Rio (centralizou as sucatas nas suas garagens e está destruindo os ônibus que paga aluguel as concessionárias). No aguardo para a próxima sigla, da bilhetagem. Não esquecer que não temos mais ônibus decentes, mas a prefeitura quer controlar o trânsito do dinheiro que pagamos…Estamos em 2022. 2024 é logo ali e a administração vai tentar o Tetra. Esse é só a besteirada que foi feita nessa área, que poderia ser resolvida com uma única palavra: conversa. Os modais não conversam entre si, as prefeituras não conversam, os entes federados não conversam. Sem isso, nada será resolvido.