O Instituto Rio21 analisou dados disponibilizados pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde, o IEPS, a respeito do sistema de saúde da cidade do Rio de Janeiro entre 2010 e 2020.
Ao longo de toda a série histórica, o número de óbitos registrados pelo sistema de saúde se manteve na média de aproximadamente 56.600 óbitos. O único ano que foge expressivamente dessa média é 2020, quando houve um crescimento vertiginoso no número de cariocas que perderam a vida por quaisquer causas.
Curiosamente, apesar de 2020 ter sido o início da pandemia, quando esperava-se que a prefeitura investisse mais na área da saúde, a atitude foi justamente a contrária. Esse foi o ano em que foi registrado o menor montante de despesas do município com saúde por habitante desde 2010. O gasto de recursos do município por carioca foi de apenas R$ 384,46.
Outro dado contraintuitivo é que, na cidade, também caiu o número de médicos entre 2019 e 2020. Foi uma queda na ordem de praticamente 1000 profissionais.
Por outro lado, desde 2010 a cidade do Rio de Janeiro vem apresentando um crescimento no número de enfermeiros, que praticamente dobrou entre 2010 e 2020.
O bom funcionamento do sistema de saúde é fundamental para que o governo da cidade dê assistência aos cidadãos e garanta a qualidade de vida da população. O aumento no número de óbitos em 2020 provavelmente teve a ver com a pandemia de Covid-19, que tirou a vida de muitos cariocas. O acréscimo no número de enfermeiros possivelmente também pode ser explicado por esse fato.
No entanto, a queda nos gastos da prefeitura com saúde por habitante é um problema. Dados mais recentes poderão identificar se a nova gestão da prefeitura, empossada em 2021, aumentou os investimentos nessa área.