O Instituto Rio21 analisou dados disponibilizados pelo Instituto de Estudos para Políticas de Saúde (IEPS) no que diz respeito ao número de hospitalizações nos últimos anos e à oferta de alguns recursos do sistema de saúde da cidade do Rio de Janeiro.
O número de hospitalizações no sistema de saúde de forma geral, tanto na rede pública quanto privada, apresentou uma média de aproximadamente 212.179 hospitalizações entre 2010 e 2020. O pico foi em 2015 e, no recorte entre 2018 e 2020, o número vinha caindo ano após ano:
O número de leitos de UTI oferecidos na capital pela chamada ”Saúde Suplementar” – ou seja, aquela relacionada aos planos privados de assistência médica à saúde – foi bem maior do que o número oferecido pelo SUS em todos os anos. O gráfico a seguir mostra em quantas vezes o número de leitos de UTI oferecidos pela iniciativa privada superou o número do SUS no município do Rio:
A maior diferença ocorreu em 2014, quando o número de leitos de UTI oferecidos por planos privados na cidade foi 3,36 vezes maior que no SUS: foram 3.078 leitos dos planos privados, contra apenas 706 do SUS.
Já no que diz respeito aos leitos de forma geral, não necessariamente de UTI, o padrão é um pouco diferente. Ainda existe diferença no número de leitos oferecidos, mas a distância entre a Saúde Suplementar e o SUS é muito menor. Em 2010, por exemplo, havia inclusive vantagem para o SUS (11.540 leitos) em relação ao sistema privado (11.407 leitos), apesar de ser uma diferença pequena.
Os dados chamam atenção para a necessidade de investimento do poder público na expansão do SUS, em especial na oferta de leitos de UTI. Isso é fundamental para que uma parcela cada vez maior da população carioca tenha acesso aos tratamentos que demandam esses leitos especializados de forma gratuita e acessível.