Vereadores do Rio aprovaram nesta quinta-feira (08/09), em segunda e última discussão, projeto que cria o Selo Empresa Pela Liberdade Religiosa, com o objetivo de incentivar o respeito religioso nas empresas instaladas na capital. De acordo com a proposta, apresentada pelo vereador Átila Nunes (PSD), o poder público poderá conferir o selo a instituições que, comprovadamente, contribuírem com ações, projetos e campanhas publicitárias voltadas à promoção da liberdade religiosa.
Segundo o texto, aprovado pela Câmara Municipal do Rio, o selo somente será concedido às empresas que assumirem o compromisso de vedar perguntas sobre a religião ao candidato nos processos de seleção de funcionários; autorizar o uso de vestimentas e apetrechos religiosos e permitir que funcionários adeptos de um determinado credo compensem dias não trabalhados em decorrência de datas ou ritualísticas de sua religião que requeiram dedicação integral.
“A intolerância religiosa, especialmente contra as religiões de matriz africana, é um problema recorrente. O Selo Empresa Pela Liberdade Religiosa é um reconhecimento público às empresas cujos trabalhos ou ações promovam a liberdade religiosa e o combate à intolerância. Para existir um ambiente de trabalho equilibrado, é necessário estimular a convivência pacífica entre os colaboradores“, afirmou o autor do projeto, o vereador Átila Nunes.
As empresas interessadas em obter a permissão de uso do Selo Empresa Pela Liberdade Religiosa terão que apresentar a carta de compromissos à Prefeitura do Rio. A certificação concedida proporcionará à empresa o direito ao uso do título para uso nas veiculações publicitárias que venham a promover, bem como em seus produtos sob a forma de selo impresso.
Selos criados pelo governo servem sempre para uma coisa só: ACHAQUE. Como exemplo extremado, a Alemanha nazista também criou, usou e abusou de diversos selos para que os seus desafetos usassem. Quem vai checar a moralidade e a verdade de quem concedeu o tal selo? Um burocrata que os vai conceder? O diabo mora nos detalhes e é aí que são elas: estamos vendo todos os dias a falta de rigor, de caráter e a elasticidade das agências de “fact checking” dependendo de quem fala. Criar esses selos, este tipo de ideia deve ser reprovada in limine – a própria propositura desses selos para denotar virtude é um monumento à hipocrisia barata. Vergonha ao legislativo carioca.