Como o “novo Maracanã” tenta falir os times do Rio

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Estádio de futebol do Maracanã por Fernando Stankuns

O “novo maracanã” quer terminar de falir os times do Rio. Não bastando estarem todos com a corda no pescoço (o Flamengo paga aproximadamente R$ 5 milhões por mês em dívidas e no Botafogo os salários estão atrasados há dois meses), a quantidade de taxas para jogar no estádio é absurda. Jogos que deveriam ser fonte de receitas viram custos fixos altíssimos, para o bem da Federação de Futebol do Estado do Rio de Janeiro, do consórcio que administra o estádio, dos escoteiros (você não leu errado!!!) e de um monte de gente que ganha em cima dos clubes.

 

Abaixo exponho pontualmente aspectos absurdos dessa relação clubes x novo Maracanã, que passou a vigorar após a reabertura do estádio, veja a matéria em O Globo.

 

Custos sem sentido algum: 1% da renda líquida do jogo do seu time no Maracanã é revertida para os escoteiros!!! 2% vão para a Fundação garantia do Atleta Profissional e 0,5% para a associação dos Cronistas esportivos do RJ.

 

Despesas fixas intermináveis: Só de custos fixos o clube paga R$ 50.129,98 + R$ 11,85 para cada ingresso vendido. Somando a isso taxas, impostos e outros custozinhos (tudo está discriminado acima), para abrir o Maracanã, sem um pagante, o clube gasta R$ 105 mil!!!

 

Aluguel nas alturas: Como o Maracanã foi entregue a consórcios, e não cedido aos clubes, estes são obrigados a pagar pelo aluguel do estádio, como inquilinos a um proprietário. E o boleto é salgado: aproximadamente metade do lucro líquido fica com o “patrão”, ou seja, o consórcio.

 

Meias-entradas e gratuidades: A lei carioca e a imposição do consórcio obrigam os clubes a terem que aceitar um número surreal de pessoas entrando com desconto – de até 100%! Para se ter uma ideia: do público total de 9.217 pessoas recebido pelo maracanã na soma dos confrontos do Flamengo contra times pequenos, apenas 6.434 (67%) pagaram. Dos que pagaram, 2.945 (46,96%) pagaram meia. No fim das contas, dos 9.217 torcedores que foram ao maraca ver o Fla jogar, apenas 3.489 pagaram normalmente (pífios 37%).

 

Com todo esse cenário, e muito difícil esperarmos que os clubes se reestruturem financeiramente. E sem grana, vai ser quase impossível equipes boas e espetáculos futebolísticos de qualidade.

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Marcos é carioca e formado em Jornalismo pela PUC-Rio. Trabalhou com empreendedorismo desde a faculdade, coordena a ONG PECEP e trabalha no Instituto Phi. No tempo livre, gosta de ler e praticar esportes. Seus livros preferidos são “A revolução dos bichos”, “Amor nos tempos do cólera” e “O banqueiro dos pobres”.

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