Muitos amigos, colegas de trabalho e familiares têm perguntado se eu acho que devemos torcer pela Seleção Brasileira nessa Copa. Tenho dito a todos que eu torcerei, SIM, pela vitória do Brasil.
Acredito que, embora a organização da Copa tenha sido incompetente, lenta, custosa e até mentirosa, isso não significa que devamos desejar a derrota de nosso time nacional.
Sei que esse fracasso poderia diminuir as chances de reeleição dos governos que estão aí e simbolizar perfeitamente os abusos cometidos, porém, ninguém nunca desejou que a Copa fosse mal feita ou corrupta e um erro não justifica outro.
Não é porque perdemos fora de campo que precisamos gostar que sejamos derrotados dentro de campo como uma forma de revanche. O povo brasileiro terá a sabedoria de distinguir entre os erros do governo e os acertos dos jogadores.
No âmbito desportivo eu estou sempre com o Brasil, independentemente das circunstâncias. O âmbito institucional é distinto. O futebol é uma marca nossa e quando vou ao exterior sempre ouço isso. Melhor termos esta lembrança do que falarem de turismo sexual, violência ou drogas.
Saibamos separar o governo e o ufanismo do esporte e da alegria. Se hoje, contra a Croácia, o Brasil marcar, eu vou gritar GOL. Mas em outubro vou votar na oposição. Os gols não mudarão meu voto.