Diego Vaz, subprefeito da Zona Norte, representa Rio na COP15

Conferência das Nações Unidas sobre a Biodiversidade propõe visão estratégica e um roteiro global para a conservação, proteção e gestão sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas

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Foto: Subprefeitura da Zona Norte

O mundo está reunido no Canadá para discutir a Biodiversidade. E parou nesta segunda-feira, (12/12), para ouvir uma voz carioca tratar do assunto: Diego Vaz, 33 anos, subprefeito da Zona Norte, foi designado pelo prefeito Eduardo Paes e discursou em nome do Rio de Janeiro na COP15, a Conferência das Nações Unidas sobre Diversidade, com a presença de 192 países, que é realizada em Montreal.

Ele lidera a delegação do Município, composta ainda por Camila Pontual, Coordenadora Adjunta de Relações Internacionais e Cooperação, e Douglas Moraes, subsecretário de Biodiversidade e Clima, que integrou o fórum sobre a participação das cidades na criação de uma visão estratégica e um roteiro global para a conservação, proteção e gestão sustentável da biodiversidade e dos ecossistemas.

“Atualmente vivemos um colapso da biodiversidade no mundo, com uma grande extinção de espécies e perda de patrimônio genético. A COP15 coloca no primeiro plano um debate fundamental para a humanidade. Há tempos, as discussões sobre mudanças climáticas já foram incorporadas pela sociedade, contudo o debate sobre a biodiversidade ainda estava restrito a poucos. Neste momento em que o mundo discute as metas da biodiversidade, ter uma COP com presença das cidades se torna ainda mais relevante para que possamos avançar na implementação das metas”, afirmou Vaz.

Durante a sua exposição, o representante do Rio mostrou que a cidade já tem um plano de metas estabelecido sobre o assunto.

Diego Vaz diz que o Rio é uma cidade completamente ligada a natureza. Temos mais de 50% do nosso território com unidades de proteção, sendo 30% do território protegido sob a administração da prefeitura.

“Hoje, a cidade foca na implementação das metas estabelecidas no nosso Plano de Desenvolvimento Sustentável e Ação Climática, que tem como metas duplicar a cobertura arbórea em ruas, praças e parques da Zona Norte, a área com menor índice de áreas verdes e mais altas temperaturas médias de superfície se comparada às demais regiões da cidade; instituir unidades de conservação da natureza em 100% das áreas definidas como prioritárias, aquelas apontadas como de relevante interesse ambiental pela secretaria de Ambiente e Clima; aumentar em 20% a área destinada à produção agrícola no território municipal; realizar o manejo de 3.400 hectares reflorestados; e ampliar em 150 hectares a área reflorestada do município”, disse.

O dilema entre crescimento urbano e preservação do bioma é outra pauta que está em discussão em Montreal. Vaz também tocou neste ponto durante o discurso desta segunda-feira:

A cidade do Rio de Janeiro tem buscado dinamizar espaços; bons exemplos são o Centro e São Cristóvão que, a partir das reformas do plano diretor e demais legislações municipais, passaram a integrar as possíveis áreas de expansão urbana. Assim, diminui a pressão sobre áreas protegidas, considerando que estes outros espaços já são providos de toda infraestrutura urbana. Ao mesmo tempo, o Rio de Janeiro vem buscando o estabelecimento de corredores verdes ecológicos, destinados à manutenção da biodiversidade local.

A emissão de carbono nas atmosferas, um mal que aflige os grandes centros urbanos, também esteve em foco no encontro.

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Foto: Subprefeitura da Zona Norte

“As políticas públicas de mitigação de gases de efeito estufa têm forte impacto na melhoria da preservação da biodiversidade.  Reduzir as emissões promove a conservação de espécies e dos seus habitats naturais. Além disso, políticas de sequestro de carbono, como o reflorestamento, atuam diretamente no combate a perda da biodiversidade”, comentou.

A relação entre as políticas de preservação da biodiversidade e as questões sócios-econômicas foi outra pauta a ser abordada pelo representante da cidade. E o Rio apresentará alguns de seus projetos bem-sucedidos relacionados ao tema.

“O projeto Hortas Cariocas tem três pilares básicos: ocupar vazios urbanos, garantir uma alimentação mais saudável para a população do entorno – bem como para as escolas municipais – e engajar a população mais carente e gerar renda para estas pessoas, que representam uma parcela mais vulnerável às mudanças climáticas e de biodiversidade. Temos o programa Mutirão Reflorestamento, presente na cidade desde 1989. É inadmissível pensar em novos modelos socioeconômicos sem que haja a preservação do bioma da Mata Atlântica, além de recuperar espaços antes degradados. O Mutirão Reflorestamento parte da mesma premissa do Hortas Cariocas: engajamento social e proteção ambiental, induzidos pelo poder público municipal”, falou Vaz.

Outro programa desenvolvido pelo Município que foi exposto na COP15 é o Refloresta Rio,  que trata da questão da arborização nas áreas urbanas.

“Todas as políticas públicas, ações e projetos que atuem na conservação da biodiversidade estão em debates aqui na COP. O aumento de áreas arborizadas nas cidades é claro um desses temas. O Rio tem um programa de grande sucesso nessa área, o Refloresta Rio, que vamos debater aqui. Mas também enfrentamos desafios para expandir a arborização urbana, e temos muito o que trocar com outras cidades que também encaram esse desafio”, concluiu.

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