O objetivo da harmonização facial é melhorar a aparência do rosto. Porém, se a aplicação do produto utilizado no procedimento for feita por profissionais que não dominam a técnica, o resultado pode não sair como o esperado. Com o aumento no número de pessoas em busca desse tratamento, acende o alerta sobre a necessidade de analisar as competências de quem irá fazê-lo.
A mestre em medicina estética Dra. Gabriela Dawson afirma ser necessário dominar a agulha e saber injetar o produto que será usado para a harmonização facial. Ela explica que isso é de suma importância após a graduação para ter expertise em procedimentos minimamente invasivos e injetáveis da face. Quando não há domínio da técnica, existem riscos.
“Nosso rosto é extremamente vascularizado. Veias e artérias importantíssimas para a sobrevivência da pele, e das estruturas da face. Um preenchimento de têmporas, por exemplo, no lugar errado, pode fazer o paciente perder todo o cabelo. Um preenchimento de glabela – a parte no meio dos olhos -, pode causar cegueira irreversível. Isso são casos que acontecem mais do que as pessoas imaginam”, disse.
“Necroses, intercorrências tardias e infecções são mais comuns. O uso de produtos baratos faz a oferta ser atraente para o paciente, que não sabe que esses produtos poderão causar um dano irreversível no rosto. O que era pra ficar mais bonito, acaba feio, inestético e perigoso”, acrescentou.
A especialista reforça que os prejuízos de fazer um procedimento de embelezamento com quem não domina a técnica podem ir além da estética. Um preenchimento labial aplicado errado, por exemplo, causa até mesmo comprometimento da fala.
“O músculo que temos em volta da boca tem uma função: usamos ele para falar. Se ele fica pesado, a fala muda. Vejo pacientes que não sabem mais proferir as letras U, V e F. A mímica facial também fica carregada, congelada e artificial. Não se sabe se a pessoa está feliz ou triste. Aquele sorriso com os olhos quando falamos, quase não existe mais. As pessoas perdem as expressões necessárias para o rosto. Preencher uma face não é assim tão simples. Acredito que agora, com tantas intercorrências aparecendo na mídia, as pessoas estão procurando melhor se informar sobre o profissional que está realizando o procedimento”, comentou.
Quando se trata de procedimento estético, a Dra. Gabriela Dawson alerta que o barato pode sair caro. Além disso, a especialização do profissional deve ser constante. Ela pontua que, quem aplicará a harmonização facial, deve conhecer muito da anatomia do rosto. É necessário saber utilizar o aparelho de ultrassom para auxiliar na técnica e no uso de cânulas no procedimento, que minimizam potencialmente uma intercorrência – problemas resultados pela técnica.
“Muitas pessoas pensam que procedimentos minimamente invasivos são simples e sem riscos à saúde. Procedimentos injetáveis, principalmente na face, requerem habilidade, experiência e muito estudo nessa área. Além da formação, o profissional deve ser especialista em injetáveis”, concluiu.