Uma parceria firmada entre a Prefeitura do Rio e o Governo do Estado promete a instalação de um museu interativo sobre a cachaça no centro histórico da capital. O espaço, na Praça XV, seria cedido pela Prefeitura, e os recursos pelo Governo. O projeto lembra o Mercado São Miguel, em Madri.
A ideia é mostrar a história da cachaça fluminense, que tem sabor para dar e vender. O museu ficará onde funcionou o antigo Mercado Municipal, e deverá estar agregado a um centro gastronômico, contribuindo na revitalização desta região. A Secretaria do Turismo do Rio vê a realização com bons olhos e prevê a criação do Polo da Cachaça do Sul Fluminense.
Estado do Rio é destaque nacional na produção
O Rio tem 67 destilarias e é o segundo maior exportador da cachaça nacional, atrás apenas de São Paulo. Em Paty dos Alferes, por exemplo, já existe um pequeno Museu da Cachaça. Na cidade vizinha, Miguel Pereira, é produzida a famosa Cachaça Magnífica, pela Fazenda do Anil. Outro evento especial só para a bebida é o Festival da Pinga, que acontece anualmente em Paraty, com alambiques de todo o Rio, como a Coqueiro, a Corisco, a Academia Brasileira da Cachaça e a Confraria do Copo Furado.
Segundo o mapa da cachaça, a história da bebida veio de navio com os portugueses e suas técnicas de destilação. Pelo conhecimento popular, um escravo pernambucano deixou armazenada a “cagaça”, um caldo escuro que se formava durante a fervura da cana. O líquido fermentava naturalmente e, com a variação de temperatura, criava pequenos pingos no teto do engenho. Essa seria a origem do termo “pinga”, sinônimo de cachaça.