O domingo (15) foi um verdadeiro inferno para os moradores do Recreio dos Bandeirantes, na Zona Oeste da cidade, e não foi por causa da sensação térmica, que chegou a 54°C. O motivo do desassossego dos moradores foi a realização de um show clandestino do Grupo Clareou na Praia do Recreio, onde milhares de pessoas se reuniram em frente a um quiosque, sem alvará de funcionamento. O resultado mais visível da baderna foram as pilhas de lixo e dejetos deixados para trás, além de todo o caos que inviabilizou a vida no bairro, enquanto ocorria.
O prefeito do Rio de Janeiro, Eduardo Paes (PSD), publicou em sua conta no Twitter, nesta segunda-feira (16), que o show teria acontecido sem a autorização do poder público municipal. Na postagem, Eduardo apontou que houve uma solicitação para a realização do evento, mas ela foi indeferida. Por tanto, o show aconteceu à revelia da autorização pública, o que o tornaria um evento clandestino.
A Companhia Municipal de Limpeza Urbana (Comlurb) informou que foram removidas aproximadamente 68 toneladas de lixo, entre a limpeza normal das praias e toda a sujeira gerada durante o evento não autorizado. De acordo com a Comlurb, os proprietários do quiosque foram autuados no artigo 106 da Lei de Limpeza Urbana (Lei 3.273), pela não remoção do lixo gerado.
A Secretaria Municipal de Ordem Pública do Rio (Seop) e a Guarda Municipal informaram que que atuaram, durante o final de semana no ordenamento urbano e controle de trânsito no Recreio dos Bandeirantes. O saldo das operações teria computado 172 multas e 12 carros rebocados por estacionamento irregular.
Nas redes sociais, muitos moradores de Recreio foram enfáticos quanto à desordem gerada pelo evento clandestino e à falta de atuação do poder público municipal.
No Instagram, um internauta indignado reclamou da clausura dos moradores em suas próprias casas diante do caos instaurado pela arruação praiana. Segundo ele, até mesmo o trânsito foi afetado, sem que nenhuma providência fosse tomada.
“Recreio dos Bandeirantes pede socorro. Estamos presos dentro de casa. Não tem Guarda Municipal, não tem prefeitura. Os carros parando todo o trânsito com estacionamento ilegal em fila dupla nas ruas,” disse.
No Twitter, uma mulher chamou a atenção do prefeito Eduardo Paes (PSD), ressaltando a “situação de tamanho abandono” dos moradores da região.
“Senhor prefeito, onde estava as guardas ontem durante a chegada de milhares de pessoas na praia do recreio? Nunca vi uma situação de tamanho abandono. Um caos total. Não tinha policiamento e nem fiscalização,” afirmou a mulher.
Uma terceira pessoa, por sua vez, se disse enojada diante da quantidade de lixo deixada na areia da praia: “cada vez mais tenho nojo dos seres humanos! não é possível que não conseguem deixar um saquinho e ir colocando o lixo dentro e depois jogar fora”.
Mas houve quem discordasse de tais posicionamentos, alegando que a praia seria um espaço público e deveria ser usado como as pessoas bem entenderem:
“Amo que o povo do Recreio tem em mente que a praia é exclusivamente deles”, comentou um internauta.
Outra pessoa, ainda mais leniente com a situação, chegou a afirmar que os garis estão aí para limpar, não se importando com o excesso de trabalho enfrentado pelos profissionais sob um sol causticante.
“A praia é pública. A rua é pública. O gari ta ali pra limpar…Morador do Recreio se acha dono da praia,” afirmou.
O prefeito Eduardo Paes, felizmente, não pensa assim. E nesta segunda-feira (16), tomou as medidas cabíveis contra os instauradores da desordem pública deste domingo na Praia do Recreio.
Em sua rede social, Eduardo Paes divulgou os valores das multas aplicadas pela realização da arruaça: R$ 140.928,80, sendo R$ 136.428,80 pelo não recolhimento das pilhas de lixo em até 12 horas da finalização do evento, majorados em 100%; e R$ 4.500,00 pelo o uso indevido da área pública.
Leia abaixo, a postagem do prefeito do Rio de Janeiro:
Com informações do jornal O Dia.
Pois é…aqui, no país dos jeitinhos, os únicos punidos são os que pagam impostos, cumprem as leis, trabalham honestamente e respeitam os direitos dos outros…já os que não fazem nada disso, ficam, como sempre, impunes, graças as nossas leis lenientes e a nossa justiça inoperante.
Duvido que a multa seja paga e as demais punições sejam cumpridas
Os quiosques da orla são multados , não pagam e fica por isso mesmo.
O valor vai para a dívida ativa e a Prefeitura não cobra.
A multa não deve ser aplicada aos quiosques e sim a Orla Rio SA que tem a maior capacidade contributiva e é a responsável pela administração dos quiosques.
Mais uma vez , vai ficar só na conversa.