Mesmo com uma proposta de R$ 40 milhões realizada pela Confederação Nacional do Comércio (CNC), e referendada pela presidência da instituição, a Associação Comercial do Rio de Janeiro (ACRJ) reprovou, em reunião do seu Conselho Superior realizada nesta terça-feira (7), a venda da sua histórica sede, localizada na Rua da Candelária, no Centro da cidade. O imóvel, de arquitetura premiada, é dos mais emblemáticos do Rio.
O DIÁRIO teve acesso avaliações realizadas por ordem da ACRJ e fornecidas ao Conselho, em que o prédio era avaliado por 20 e 30 milhões de reais. Todavia, um profissional de renome consultado pela reportagem disse que os laudos não levam em conta o acervo artístico da entidade – que estaria sendo vendido junto com o prédio – e, além disso, que uma das avaliações analisava a edificação ”sala por sala“, e depois somava as avaliações, chegando ao preço final. Para este profissional, o prédio deve ser avaliado como um só imóvel, para sede de empresa ou retrofit, o que alcançaria valor bem superior do que ”a soma de vários imóveis pequenos”.
Diante da decisão, o conselho da ACRJ decidiu criar grupos de trabalho para captar recursos para a manutenção da sede, que poderia abrigar a chamada Bolsa Verde, com operações voltadas para compra e venda de créditos de carbono, que o Governo Estadual tem lutado para trazer pro Rio. Membros da instituição falam num déficit mensal de 60 mil reais com a administração do prédio.
Caso se concretize, a inciativa será de grande relevância para o Estado do Rio, uma vez que o governador Cláudio Castro (PL) assinou, em Nova Iorque (EUA), o protocolo de intenções relacionado às transações dos créditos de carbono, com a Nasdaq e a Global Environmental Asset Plataform (GEAP). Tudo indica, por tanto, que a plataforma vai ser implantada no Rio.
Com informações da jornalista Lu Lacerda.