Neste sábado, (04/03), a Ponte Rio-Niterói, oficialmente chamada de Ponte Presidente Costa e Silva, comemora 49 anos de inauguração. O projeto de construção da Ponte, idealizado por Mário Andreazza, foi assinado pelo presidente Costa e Silva, no ano 1968, e desde sua criação a rodovia que liga a cidade do Rio de Janeiro a Niterói coleciona histórias e vivências.
A sua construção passou por inúmeros problemas, pois toda estrutura que foi utilizada nas obras da Ponte foi fabricada na Inglaterra em módulos que chegaram ao Brasil por transporte marítimo. Essa importação foi bastante difícil, devido ao movimento que havia na Baía de Guanabara. E, de acordo com jornais da época, mais de trinta pessoas perderam a vida durante as obras da Ponte Rio-Niterói.
Existem algumas lendas macabras sobre essas mortes. Muitas histórias alegam que os trabalhadores que morreram durante as obras ficaram concretados junto com os pilares que sustentam a Ponte. De acordo com o jornalista Romildo Guerrante, que cobriu as obras da Ponte Rio-Niterói, esse relato não é uma lenda.
“Em um dos acidentes morreram 12 pessoas, inclusive um engenheiro. Como confirma pesquisa no Jornal do Brasil da Biblioteca Nacional, o acidente foi no dia 25 de março de 1970, ou seja, um ano após o início das obras. Mas não foi possível publicar, o assunto estava sob censura. E, nesse incidente, o ‘tubulão’ se rompeu violentamente. Não havia chance para quem estava lá dentro. O que se sabe é que os corpos não foram resgatados, pois o concreto cobriu tudo”, destaca Guerrante.
Existe outra história, que não possui comprovação ou testemunhas, que rondou, por anos, a Ponte. A lenda que operários viram uma senhora vestida de branco, com uma rosa vermelha na mão, andando pela Rio-Niterói ainda em construção.
Outras curiosidades
Deixando de lado os relatos assustadores, outros eventos aconteceram na ponte. Começando por uma inauguração, simbólica, da obra que contou com a presença da realeza, pois a Rainha da Grã-Bretanha, Elizabeth II e de sua alteza real, o Príncipe Filipe, Duque de Edimburgo, estiveram no evento não oficial.
O primeiro veículo que fez a travessia da Ponte foi o Rolls-Royce do presidente Médici, enquanto o carro do coronel Rodrigo Ajace inaugurou o pedágio.
A ponte Rio-Niterói também é considerada a maior do Hemisfério Sul, com mais de 13 mil metros de extensão (sendo quase 9 km sobre a água). A construção também coleciona outros recordes pela infraestrutura: o maior vão em viga reta contínua do mundo, com 300 metros de comprimento e 72 metros de altura; e a mais importante estrutura protendida das Américas, com mais de 2.150 quilômetros de cabos em seu interior.
Até a família portuguesa imperial tem um “passado” com a Ponte Rio-Niterói, pois os projetos iniciais de uma ligação entre Niterói e o de Janeiro foram idealizados por Dom Pedro 2º, em 1875. A idealização teria sido motivada pelas obras sobre o Rio Tâmisa, em Londres. Na época, Dom Pedro autorizou a criação de um projeto de túnel ferroviário submarino, mas o plano foi interrompido por falta de verba.
A ponte foi projetada para receber 50 mil veículos por dia, mas hoje, esse número representa só um terço do movimento normal. Segundo dados oficiais da Ecoponte, concessionária que administra a via desde 2015, o volume diário médio de tráfego na ponte Rio-Niterói é de 150 mil veículos. Passam por lá, todos os dias, 400 mil pessoas.
E no ano passado, 2022, novos acontecimentos agitaram a Ponte. Em novembro, um navio à deriva, na Baía de Guanabara, bateu na ponte e a fechou nos dois sentidos.
