Símbolo da região mais boêmia da Cidade do Rio, o Aqueduto da Lapa nem sempre foi ponto de encontro para tomar uma bebida com os amigos. Por muito tempo, a estrutura era fundamental para o abastecimento de água da população. E bem perto dos Arcos tinha uma lagoa.

A Lagoa de Boqueirão da Ajuda era a única na cidade do Rio de Janeiro, no período colonial, que desaguava no mar. Contudo, os relatos sobre a lagoa não são muito positivos.

 “É verdade que o Boqueirão da Ajuda oferecia uma vista magnífica, mas a lagoa que ali se encontrava era repugnante (…) Mostrava-se de feio aspecto, às vezes exalava um cheiro desagradável e, na opinião de muitos, passava por ser um foco de peste(…)”, escreveu i cronista Joaquim Manuel de Macedo.

Boqueirão da Ajuda, como todas as lagoas da cidade na época, era utilizada para o despejo dos dejetos da população. Devido à insalubridade da água, toda aquela região era despovoada. No entanto, mesmo assim, as pessoas tomavam banho por lá, como mostra o quadro de Leandro Joaquim, na capa desta matéria.

“Em meados do século XVIII, uma forte epidemia de gripe e febre atingiu grande parte da população carioca. O surto ficou popularmente conhecido como Zamparina, em referência a uma cantora italiana que morrera vítima da moléstia. Em pouco tempo, a expansão da epidemia na cidade foi atribuída aos miasmas provenientes da lagoa do Boqueirão”, informam os pesquisadores da página Passeio Público.

Com isso, em 1799,  o vice-rei do Estado do Brasil, D. Luís de Vasconcelos, resolveu aterrar a lagoa. No mesmo local começou o projeto para a construção do Passeio Público, mas aí é outra história.

Imaginem se essa lagoa ainda existisse, perto dos Arcos da Lapa… Não sei se seria seguro para os boêmios de plantão – falo por mim mesmo.

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