Uma das casas mais emblemáticas e importantes da cidade, o Teatro Villa-Lobos, completou 44 anos, no último dia 8 de março. Infelizmente, o carioca não pôde festejar. O teatro, hoje, é apenas uma carcaça que, após passar por uma ampla reforma, foi totalmente destruído por incêndio, em 6 setembro de 2011, há mais de 11 anos.
Desde então, tivemos que nos acostumar a passar pela frente do Villa-Lobos e vê-lo abandonado, com a sua frente coberta por tapumes. Em 2014, a Secretaria de Estado de Cultura anunciou que iria retomar a reforma da estrutura. O que não aconteceu. Em 2019, o carioca teve mais um sopro de ilusão com um novo anúncio, que também não se concretizou.
A Sociedade dos Amigos de Copacabana (SAC) ciosa da importância do equipamento cultural tem cobrado de forma insistente à secretaria uma posição sobre o destino do icônico teatro, mas até o momento, não obteve nenhuma resposta satisfatória. O que é péssimo para a vida cultural do Rio de Janeiro.
O Teatro Villa-Lobos foi inaugurado, em 8 de março de 1979, como produto das mentes criativas de Adolpho Bloch e Geraldo Matheus. A casa contava com três espaços cênicos: o palco principal, a sala Monteiro Lobato (Espaço II) e a sala Arnaldo Niskier (Espaço III).
O local foi batizado com o nome do maestro Heitor Villa-Lobos, um dos maiores compositores da história do Brasil. Durante anos, a homenagem esteve à sua altura. Com o tempo, no entanto, restou apenas uma ruína, que testemunha o declínio vida cultural da cidade, especialmente a teatral.
O Villa-Lobos foi palco de inúmeros espetáculos memoráveis, encenados por grandes artistas. Em 13 de março de 1979, estreou o espetáculo “Pato com laranja”, com Paulo Autran e Marília Pêra. Foi um sucesso arrebatador. E não foi o único.
O clássico nacional “Rasga Coração”, de Oduvaldo Vianna Filho (Vianinha), com Raul Cortez, Vera Holtz e Lucélia Santos, também foi encenado no teatro. A temporada foi um marco no processo de abertura política brasileira, após anos de governos militares.
Nos palcos do Villa-Lobos foram encenadas: “Hotel Paradiso”, “O Ateneu”, “As Cantoras do Rádio”, “Dias felizes”, “Ensina-me a viver”, “Ligações perigosas”, “Ópera do Malandro”, “Mary Stuart”, “O Evangelho Segundo Jesus Cristo”, “Rei Lear”, “Senhora Macbeth”, entre outras peças de grande relevância na dramaturgia nacional e internacional.
Com informações da Sociedade Amigos de Copacabana (SAC).
Melhor entregar para Iniciativa Privada de uma vez, como fez o Canecão… ou então transferir para a Prefeitura do RJ que evidentemente tem uma melhor capacidade de gestão ou licitação.
Eu quase consigo prever a solução mais óbvia do problema: o Poder Público injeta milhões para reconstruir o equipamento, e quando tudo está pronto, entrega de bandeja para a iniciativa privada ganhar dinheiro em cima. Após algum tempo, se os lucros não estiverem agradando, os boa-vidas largam o brinquedinho para lá e o contribuinte fica com aquela cara de otário de sempre.