Neste ano de 2023 completam-se cinco décadas da morte de um dos maiores nomes da música mundial: Pixinguinha. Em abril, mês de nascimento do gênio, o DIÁRIO DO RIO vai publicar algumas matérias de histórias ligadas ao músico e compositor e ao Rio de Janeiro. A de hoje é sobre o dia que o compositor faleceu e ganhou mais uma justa homenagem, no caso da Banda de Ipanema.
Na manhã do dia 17 de fevereiro de 1973, dois sábados antes do Carnaval, Pixinguinha recebeu em sua casa de Inhaúma, a última residência do compositor, três importantes visitas. Eram o poeta e produtor Hermínio Bello de Carvalho, o fotógrafo Walter Firmo e o músico Eduardo Marques.
“Conversam amenidades, ouvem música e, na hora da despedida, Pixinguinha chora”, destaca um texto do acervo do Instituto Moreira Salles, IMS.
À tarde, Pixinguinha e o filho Alfredinho vão em direção à Igreja de Nossa Senhora da Paz, em Ipanema, para batizar o filho de seu amigo Euclides Souza Lima. Como presente para o bebê, o compositor levou uma partitura manuscrita de “Carinhoso“, um de seus grandes sucessos.
No entanto, quando preparava para assinar seu nome no livro da igreja, Pixinguinha caiu em pleno altar. Teve um infarto e morreu.
Do lado de fora da igreja, a Banda de Ipanema fazia um desfile pré-carnavalesco. Logo, todos ficaram sabendo da morte do gênio Pixinguinha.
“O desfile termina em frente ao templo, molhado pela chuva que tinha acabado de cair e pelo choro de seus foliões – entre eles Hermínio. O velório é realizado naquela noite na sede do Museu da Imagem e do Som e o sepultamento, às 16h do dia seguinte, se dá no Cemitério de Inhaúma (zona norte do Rio), quadra 60, sepultura 3868. A biografia Pixinguinha, filho de Ogum bexiguento (Marília Trindade Barboza e Arthur de Oliveira Filho) informa que não houve discurso nem extrema unção, mas sim o Carinhoso cantado pelos presentes, que acenavam com lenços. No dia 24 de novembro, seu restos mortais e os de Betty seriam trasladados para o lote 415 do Cemitério Jardim da Saudade, no bairro de Sulacap”, detalha o IMS.
Até hoje, quando a Banda de Ipanema passa em frente à Igreja de Nossa Senhora da Paz durante os carnavais, os músicos-foliões tocam “Carinhoso” em homenagem ao mestre que segue vivo em sua fundamental obra para a cultura não só brasileira, mas de todo o mundo.