No dia 23 de março deste ano, boa parte do Centro da Cidade do Rio ficou sem luz elétrica por quase três horas. Praticamente um mês depois, no último 24 de abril, segunda-feira, o mesmo aconteceu. Desta vez, durou cerca de 10 minutos. A incômoda coincidência gerou reclamações de empresários e moradores da região. Além disso, ruas mal iluminadas também são motivos de críticas.
No apagão de um mês atrás, a Ligth, concessionária responsável pelo abastecimento de energia elétrica da região, informou que a causa foi o defeito em um equipamento de uma subestação. Já no caso desta semana, a empresa disse que não iria comentar o ocorrido.
Em 23 de março, de acordo com o Corpo de Bombeiros do Estado Rio de Janeiro, ao menos sete pessoas ficaram presas em elevadores. Os bombeiros foram acionados para o resgate em um prédio na Rua Riachuelo, no número 54, e na Rodrigo Silva, número 8.
Lojas ficaram fechadas enquanto a energia elétrica não foi normalizada, o que gerou manifestações negativas por parte de comerciantes, alegando possíveis prejuízos. Vias com iluminação precária também motivam reclamações.
“As ruas do Centro Histórico, Rosário, Ouvidor, do Mercado, Travessa do Comércio, vivem tendo quedas de iluminação. E não é o material utilizado na iluminação em si e sim parte de tubulação subterrânea. Sempre que dá problema, os técnicos vão e religam, mas as quedas são constantes. A maior demanda da região é por segurança e a falta de iluminação reforça o clima de insegurança, isso atrapalha toda a economia do Centro”, detalhou Renan Ferreira, empresário à frente do Capitu Bar, localizado na esquina entre a Rua do Mercado e a Ouvidor.
De acordo com Carla Esteves Teixeira, do Sobrado da Cidade, também no Centro Histórico do Rio, os problemas de iluminação vão da Rua do Rosário até a primeiro de Março. “As lâmpadas estão sempre queimadas. Já solicitei várias vezes à Prefeitura. Precisamos de iluminação. Está muito escuro”, disse.
Moradores do Centro da cidade reforçam o discurso dos comerciantes e empresários sobre as ruas mal iluminadas. “Não cheguei a sofrer nenhum impacto em relação aos apagões, mas ruas mal iluminadas, isso é muito frequente por aqui”, contou Taise Manes, que mora na Zona Portuária.
“Eu ando com bastante medo pelo Centro na parte da noite. Principalmente a área da Praça XV, Bulevard Olímpico. Sempre passo meio que correndo por ali quando está mais escuro”, destaca Nilma Oliveira, também moradora da região.
O urbanista Roberto Anderson afirma que “o Centro do Rio, apesar de ter perdido parte da sua vitalidade após a pandemia, ainda concentra as principais atividades dos poderes executivo, legislativo e judiciário, assim como escritórios e bancos. Não é concebível que uma área assim passe por insegurança do fornecimento de energia. A Prefeitura, que deseja revitalizar a área, precisa exigir da concessionária um serviço de maior confiabilidade”.
Sobre os apagões, a Subprefeitura do Centro informou que cobrou da Light um posicionamento e vai agendar reunião com a empresa para que não aconteçam reincidências. Ainda segundo a Subprefeitura, a RIOLUZ também foi informada acerca dos problemas de iluminação na região. A RIOLUZ ainda não se manifestou.