Alan Maia: o papel do Terceiro Setor no compasso da transformação social

Fundador da Agência do Bem, Alan Maia fala sobre o Dia da Educação e sobre as diversas iniciativas socioeducacionais no Rio de Janeiro para ajudar os vulneráveis

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Foto: Divulgação

Há 23 anos, em 28 de abril de 2000, líderes de 164 países, incluindo o Brasil, se reuniram no Fórum Mundial de Educação, na cidade de Dakar, em Senegal, para debater o sistema educativo a nível global. Logo, a data de 28 de abril passou a ser conhecida como o Dia da Educação, um marco na busca pela conscientização sobre a importância da educação para a construção de valores individuais essenciais e, principalmente, para a formação de uma sociedade mais justa e inclusiva. As nações presentes se comprometeram em levar a educação básica e secundária a todas as crianças e jovens do mundo, como uma meta até 2030.

Diante disso, quando falamos em educação, é importante pensar para além do limite do ambiente escolar ou universitário. De acordo com o último estudo do IBGE sobre “As Fundações Privadas e Associações sem Fins Lucrativos no Brasil”, das 237 mil organizações do Terceiro Setor mapeadas neste levantamento, 6,7% atuam na área da educação. Observa-se, então, que essas instituições também exercem um papel importante no desenvolvimento do ensino de qualidade e na garantia dos direitos básicos. Tendo em vista os projetos sociais educacionais que chegam em regiões em que o Estado comumente não atende, impactando de forma positiva a população mais vulnerável, e algumas delas, infelizmente, ainda marcadas pela violência.

No Rio de Janeiro, por exemplo, há diversas iniciativas com esse propósito. Uma delas é a Escola de Música e Cidadania, que há 17 anos oferece aulas gratuitas de teoria e prática musical, além de formação cidadã, para crianças e jovens de baixa renda. Assim como um compasso, que é o coração da música, o projeto da Agência do Bem visa estruturar uma janela de oportunidades, tanto por meio do aprendizado de instrumentos quanto facilitar o acesso dos alunos à cidadania. Além disso, contribui para a pulsação do ritmo da educação.

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Em 2022, uma pesquisa realizada com os alunos do projeto aponta que, quando comparada com os índices nacionais, a chance de gravidez na adolescência reduz em 53 vezes e a repetência escolar é nove vezes menor, além de ter índice zero no envolvimento com atos infracionais. Como agentes de transformação social, as ONGs cada vez mais desempenham um papel relevante no setor educacional, a fim de assegurar uma vida mais digna para todos. O direito à educação, quando ofertado de maneira eficaz, possibilita às pessoas à margem da sociedade oportunidades de crescimento e perspectiva de um futuro promissor, o que influencia diretamente no desenvolvimento de regiões, como o estado do Rio de Janeiro. Já dizia o mestre Paulo Freire: a música na sociedade ou no contexto escolar pode ser transformadora

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