Um levantamento realizado pelo Instituto Rio21, utilizando dados do Instituto de Segurança Pública (ISP), apresenta informações relacionadas ao tráfico, apreensão e posse de drogas na cidade do Rio de Janeiro durante o período de janeiro de 2022 até março de 2023.
De acordo com a análise, as apreensões de drogas foram os casos mais frequentes. Após uma alta registrada em julho de 2022, seguida por alguns meses de queda, o pico ocorreu há alguns meses atrás, em dezembro do mesmo ano:
Em dezembro de 22 também houve registro de aumento brusco nos casos de tráfico de drogas. Essa repentina elevação evidencia a persistência das organizações criminosas e a urgente necessidade de medidas efetivas de combate ao tráfico na cidade.
Felizmente, o primeiro trimestre de 2023 apresentou uma queda nos índices de tráfico de drogas em relação a dezembro. Ainda assim, é necessário que as autoridades se mantenham atentas a este problema. Por exemplo, em comparação a janeiro de 2022, janeiro de 2023 apresentou um aumento de mais de 50% nos casos de tráfico de drogas.
Registrou-se uma queda na comparação entre os meses de fevereiro dos dois anos, mas, infelizmente, março de 2023 voltou a apresentar aumento nos registros de tráfico, indicando a persistência desse problema:
Por outro lado, os casos de posse de drogas foram os que demonstraram quedas mais consistentes durante o primeiro trimestre de 2023 em comparação ao mesmo período no ano anterior. Uma especulação possível é a priorização das autoridades em combater o tráfico após o pico em dezembro/22, direcionando menos recursos para a identificação de indivíduos portando pequenas quantidades de drogas.
Diante dos dados apresentados, fica evidente que questões relacionadas às drogas continuam representando um desafio significativo para as autoridades. É crucial adotar ações conjuntas e estratégias eficazes baseadas em evidências, envolvendo o debate científico, o desenvolvimento de pesquisas, as forças policiais, o poder judiciário e os órgãos de segurança para enfrentar essa grave questão que afeta a cidade e toda a sociedade.
Além disso, é fundamental investir em programas de prevenção, educação e políticas públicas que abordem as raízes do problema, visando reduzir o consumo de drogas e mitigar os problemas sociais associados a ele.
O artigo apenas mostra dados estatísticos que só repetem o que já ocorre há décadas: o tráfico ilegal de drogas é uma mazela da país. Isso todos já sabem, e muito bem. E na hora de oferecer soluções, adota um discurso vago e raso, repetindo chavões do senso comum. É como se faltasse coragem para ir direito e profundo ao ponto: ou se alteram as leis sobre narcóticos, descriminalizando-os, regulando a produção, a comercialização e o consumo, ou vamos continuar lamentando mortes e o caos estabelecido.
É preciso romper com tradicionalismos tacanhos, sair da tal “caixinha” e pensar e fazer diferente. E não é só na questão de segurança pública não, mas em todas as questões que representam problemas. É pensar no que fizemos até aqui, e passar a fazer completamente diferente.