Josier: Um Rio Desafiador

O presidente da ACRJ, Josier Vilar, fala sobre os desafios que enfrenta à frente da instituição e sobre como a Associação pode apoiar a revitalização do Centro do Rio

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Imagem do prédio da ACRJ | Foto: Rafa Pereira - Diário do Rio

Ao assumir a Presidência da Associação Comercial do Rio de Janeiro para o próximo biênio, tendo na diretoria a companhia de um grupo de empresários e cidadãos “Riomaníacos” que amam, acreditam e desejam transformar nossa cidade e Estado em um lugar atrativo para se viver, trabalhar, empreender e visitar, estou absolutamente convicto de que, apesar do esvaziamento econômico e da perda de relevância política que o Rio, desde a transferência da capital para Brasília, vem sofrendo de forma progressiva, estamos diante de um dilema: ou nos resignamos a aceitar o Rio como um balneário decadente ou transformamos os problemas absurdos que vivemos em desafios apaixonantes para serem solucionados.

Este último é o caminho que a ACRJ escolheu trilhar. O Rio de São Sebastião não pode continuar a receber novas flechadas.

Como primeiro passo, vamos focar nossas ações na revitalização do centro cobrando dos governos garantia da segurança e, da ordem pública, redução da burocracia, criação de incentivos para abertura de novas empresas na região e garantia de financiamento para a instalação de polos de inovação e transformação digital na área central da cidade. Trata-se de ações essenciais básicas para o desenvolvimento sustentável de uma região que vai irradiar progresso, autoestima e felicidade para nossa grande metrópole tão sofrida em tempos recentes.

As cidades crescem e florescem a partir do centro. E o Centro do Rio é único. Apenas como exemplo desse modelo singular de região central, nenhum outro centro de cidade do mundo dispõe de todos os modais de transporte como o Rio possui.

Aqui temos aeroporto, barcas, metro, trem, VLT, ônibus e táxis em profusão, o que facilita o acesso e a mobilidade em seu interior.

Temos uma rede diversa e fantástica de equipamentos culturais, de unidades educacionais, de serviços de saúde, de comércio varejista variado, de áreas de lazer, de estruturas financeiras e de seguros, de residências e escritórios, além de um imenso conjunto de órgãos públicos e sede de estatais.

Apesar desses diferenciais positivos, o Centro, há alguns anos, vem entrando em franco declínio, agravado pela pandemia e pela adoção do home office como nova forma de trabalho profissional.

É pelo Centro do Rio que devemos começar a transformação de nossa cidade como um atraente ambiente de negócios sustentáveis. O começo é a metade do todo. O Centro do Rio será a força centrífuga e irradiadora para a retomada do desenvolvimento de toda a cidade e sua região metropolitana.

Será o nosso foco, na presidência da ACRJ, incentivar o empresariado a investir no Rio em negócios sustentáveis e exercer o papel de “advocacy” nas relações público-privadas com ética, autonomia e independência, sempre em defesa dos legítimos interesses do empresariado de nossa cidade e do nosso Estado que resultem em melhoria do ambiente do empreendedorismo e na qualidade da vida dos que decidiram ter o Rio como o lugar para viver, trabalhar, empreender ou visitar.

Defender o estado democrático de direito, a livre iniciativa, o empresariado que gera empregos, riqueza e felicidades em todo seu entorno, através da promoção de um modelo de economia colaborativa, da inclusão dos micros e pequenos empresários na força da atuação associativa, da economia criativa das favelas da cidade através do acesso a programas de financiamento, incentivos e qualificação profissional, este tem de ser o papel de liderança que a sociedade e os empresários esperam da ACRJ.

Nenhuma entidade setorial tem a força de sua marca e o seu DNA para exercer esse papel como a ACRJ. São 214 anos de vida fomentando o ambiente de negócios.

Este é o nosso DNA, a memória que carregamos em 214 anos de vida fomentando o ambiente de negócios. Agora, temos de construir o nosso RNA, a proteína do futuro, aquela que adapta e transforma a vida para uma nova realidade empresarial dos tempos digitais. E ele precisa ser construído em conjunto com todas as entidades representativas do empresariado fluminense que tenham o mesmo propósito para que a economia do Rio volte a crescer, restabelecendo o espírito arrojado e empreendedor do seu patrono, o Barão de Mauá.

Fortalecimento da atividade empresarial de nosso Estado e cidade tendo a defesa do capitalismo com responsabilidade social, geração de empregos, prosperidade empresarial, competitividade e cobrança de eficiência do setor público, é o que penso ser o papel a ser exercido pela Casa de Mauá para que ela retome o protagonismo que todos desejamos.

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2 COMENTÁRIOS

  1. O primeiro parágrafo é o diagnóstico da situação do Rio e ela é anterior ao fenômeno da Covid. Usar a Covid como desculpa para o esvaziamento, não do centro, mas do Rio é desculpa esfarrapada. O Senhor Josier Vilar definiu isso no primeiro parágrafo e acertou também no segundo ao perceber a nossa fraqueza diante dos tantos golpes que o nosso Estado vem sofrendo dos adversários, quando disse: ” O Rio não pode continuar a receber novas flechadas”. E por fim acerta na solução no terceiro parágrafo. Só que isso não basta. É preciso mais ação prática. Ouvir é necessário, agir é preciso. Os governos precisam ouvir os setores, mas não basta ser ouvinte é preciso fazer. A área de tecnologia da informação e todos os seus espectros tem hoje uma importância sem igual e muito pouco tem sido feito para capturar esse segmento. Vejam o exemplo de Recife. Continuamos acreditando que o Rio pode sair da situação em que está, com a união de todos. Os grandes homens do Rio tem muito a contribuir, juntamente com a sociedade civil e o Poder Público.

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