O Dias Bar e Mar, liderado pelo mixologista Jonas Aisengart, localizado no início da Rua Dias Ferreira, no Leblon, vai encerrar as atividades neste sábado, dia 1º de julho. Apesar de bonito e bem planejado, o espaço soçobrou após seis meses de atividades. E não foi por falta de clientela, o lugar vivia lotado. O fechamento, segundo Aisengart, deve-se ao aumento do aluguel. Em entrevista ao jornal O Globo, ele disse que o dono do estabelecimento mostrou-se “intransigente” quanto ao valor exigido.
A situação vivida pelo Dias Bar e Mar não é a única. Os donos de lojas no Leblon, especialmente os que têm estabelecimentos em ruas badaladas como a Dias Ferreira estão precificando os aluguéis, sem levar em conta as condições de pagamento do inquilinato. E as luvas, encargo que só existe no Rio de Janeiro, também não sai barato. O que dificulta ainda mais a sobrevivência de um empreendimento, mesmo que bem-sucedido com o Dias Bar e Mar.
“Realmente é uma pena. A casa estava lotando toda sexta, um pouco mais devagar nos outros dias e ali no Leblon, você sabe, os aluguéis são monstruosos. O proprietário ainda querendo aumentar, entendemos que era melhor fechar”, lamentou ao veículo, Jonas Aisengart, que já esteve à frente do bar Quartinho, em Botafogo, entre outros empreendimentos de sucesso.
Em sua conta no Instagram, o mixologista já anunciou o encerramento da unidade, que conta com o Velvet, um clube intimista de jazz, que atua no subsolo da casa. A boa notícia é que este reabrirá no Humaitá, local onde os aluguéis são mais acessíveis.
A crise gerada pela pandemia deflagrou a quebra de vários empreendimentos comerciais no Rio de Janeiro. Com isso, os donos de lojas tiveram que baixar os aluguéis dos imóveis para poder atrair novos inquilinos. A medida gerou um movimento virtuoso de retomada da gastronomia carioca cujos chefs e empreendedores passaram a contar com espaços interessantes a preços convidativos. A tendência, agora, parece ser a reversão do movimento gerado pela pandemia, com preços nas alturas e alta rotatividade de empreendimentos por falta de capacidade de pagamento.
As informações são do jornal O Globo.
Era só a constituição ser aplicada a risca e a função social dos imóveis ser fiscalizada, cobrado IPTU progressivo que essa galera não ia fazer essa farra do boi em lugar nenhum.
Muito provável proprietário seja um fundo imobiliário ou grupo, banco (como o Opportunity).
Aliás, o citado banco que no Centro da cidade do Rio comprou centenas de imóveis sendo mais de dezena só em 2012 ou 2014 na Rua da Carioca… adquiridos da Ordem Terceira, e pediu algo mais de 200% valores no momento de renovar contrato de aluguéis de estabelecimentos (lojas tradicionais como Vesúvio e Bar Luiz).
Sejam imóveis residenciais, principalmente, ou mesmo comerciais, não deveria ser admitido que pessoas físicas ou jurídicas atuem de maneira predatória, por várias razões:
Primeiro adquirindo inúmeros imóveis (e ainda pior numa única região) e elevando preços e pressionando aumento do custo na área e tirando lucros absurdos, lucros esse de rentismo.
O Estado precisa atuar mais firmemente na regulação do mercado imobiliário.
Impor aumento progressivo de imposto sobre propriedade quando o proprietário já possui outro imóvel e daquele tire rendimento (rentismo).
O modismo sempre foi, é e sempre será uma merda! A cidade tem muitos outros bairros mais acessíveis para onde os lojistas deveriam se bandear de forma coletiva deixando o comercio do Leblon abandonado! Ou o povo de Leblon seguirá fazendo suas compras em outras cidades, estados, países ou planetas ou os próprios moradores se mudarão para bairros onde o comércio seja acessível e variado. Infelizmente a classe política carioca vale menos do que fezes de cachorro e esta que deveria atuar no sentido de impedir tal esvaziamento da cidade provavelmente são proprietários (ocultos) desses imóveis. Mas como toda moeda tem dois lados os valores praticados pelo mercado imobiliário do Leblon afasta a construção de moradias populares e a consequente degradação do bairro com forasteiros e farofeiros. Na verdade essa política deveria ser estendida por toda a cidade!
O que é melhor? Loja funcionando, gerando emprego, faturamento e impostos? ou sem nenhuma função quando fechado? Assim a propriedade deixa de ter valor. Se não rende, o que a loja vale? E assim o Rio vai cada vez para o fundo do poço já que no poço estamos todos desde o maior rentista ou proprietário ou o morador de rua sujo, doente, que se arrasta nas calçadas. Uma pena.