Percebo que o médico Josier Vilar abriu as portas da Associação Comercial do Rio de Janeiro para quem deseje colocar em prática o discurso de amor ao Rio, numa situação de “venha quem quiser e permaneça quem tiver trabalho comprovado e disposição para permanecer”.
A capacidade de realizar será o processo seletivo. Josier criou vários conselhos e, para compô-los, nomeou gente que mostre energia e história para a reconstrução da marca Rio. O resultado do trabalho de cada um dirá quem estará qualificado para ser líder desse processo em cada segmento. Só alguém sem vaidade pessoal, como acontece com Josier Vilar, estaria disposto a abrir as portas para a seleção.
O desafio não é pequeno, pois a marca Rio está sendo destruída há bastante tempo. Eu diria que esse processo teve início com o resultado da eleição para o governo do estado em 1982, quando Brizola venceu Moreira e a atividade privada passou a ser considerada algo indigno e a segurança pública uma questão de menor importância.
Após 1982, tanto no governo do estado como na Prefeitura do Rio, o modelo seguiu, independente de quem estivesse na condução das estruturas. Uma luz se abriu com a eleição de Cláudio Castro no primeiro turno, resultado do movimento que o povo carioca e fluminense iniciou em 2018. E uma nova luz se acendeu com a escolha do médico Josier Vilar.
O modelo instalado em 1982 relativizou os conceitos de ordem e segurança pública e jurídica, que Josier Vilar fincou, agora, como balizas para o trabalho dos diversos conselhos da Associação Comercial. Por isso, eu tenho dito que a eleição dele representa uma oportunidade de ouro para que o ponto de inflexão sinalize a seta para o lado positivo do gráfico de desenvolvimento do estado.
Por elegância ou receio, tem gente que vê o atual prefeito do Rio, Eduardo Paes, como aliado das balizas fincadas por Josier, contudo o histórico do prefeito não autoriza o otimismo. Eduardo Paes tem raiz no modelo de 1982 e com base nele age desde o primeiro momento em que se fez presente na política local, em 1993, quando, por designação de César Maia, estabeleceu-se como Subprefeito da Zona Oeste da Cidade. Desde aquele tempo, por escassos quatro anos apenas, Eduardo Paes não teve voz ativa no que acontece na região, hoje, seguramente, a mais violenta e desordenada de todo o estado. Confúcio aconselhava a persistência, mas, se na direção certa e isso me parece um bom conselho. Eduardo persiste, trabalha incansavelmente, dedica-se, mas na direção errada. É horá de se conseguir alguém que tenha a mesma disposição para persistir, mas na direção certa, naquela que leva ao ambiente onde quem está na Associação Comercial neste momento pretende colocar o Rio: o ambiente da ordem e da segurança pública.
Que as boas mentes do Rio possam pensar a cidade para encontrar essa convergência da dita “direção certa”…Cansa estarmos num carro com o volante quebrado. Otimismo.
Empresário tem que ser tratado no cabresto mesmo. Se deixar correr solto, eles fazem todo tipo de pilantragem. Adoram um regime de escravidão, adoram dar calote em fornecedores, adoram uma evasão fiscal, adoram uma fraude contábil para mascarar resultados, adoram destruir o planeta sem nenhum tipo de compensação, enfim, adoram tudo que não presta. Acabamos de ter mais um exemplo, com a justiça decretando oficialmente a falência da Itapemirim Linhas Aéreas. A empresa foi para o buraco atolada em dívidas (em outras palavras, calote), mas será que seus donos/investidores também foram para o buraco? Ou será que estão desfrutando livres, leves e soltos da riqueza que acumularam? Os funcionários se deram mal…mas e os patrões?