Nesta quinta-feira (03/08), foi reinaugurada a arena de jogos do Morro do Cantagalo, Zona Sul do Rio de Janeiro. O espaço foi totalmente reformado e entregue ao ”AfroGames”, projeto de inclusão social elaborado pelo grupo cultural AfroReggae em parceria com a Chantilly Produções, que se transformou no primeiro centro de formação de atletas de e-sports em favelas cariocas.
Presente no evento de reinauguração, inclusive participando simbolicamente da entrega das chaves, o governador Cláudio Castro destacou a importância dos games para a inclusão social no mundo atual.
”O RJ é o terceiro estado mais digital do Brasil. Só entendendo os jovens de hoje, suas novas demandas, novos sonhos e novas perspectivas, que vamos conseguir construir um futuro adequado, aquele que a garotada precisa que seja construído. O AfroReggae já entendeu isso ao criar o AfroGames, projeto que cresceu muito. Os games têm se tornado cada vez mais importantes. E esse é o nosso caminho, o nosso futuro”, disse.
Para o evento, foi realizada uma apresentação de games para todo o público presente, como uma espécie de showmatch, com jogos protagonizados pelos times do AfroGames, com transmissão ao vivo para que outros jovens pudessem acompanhar e conhecer.
”Esperamos poder desenvolver uma nova unidade do projeto, que é destinado a jovens de baixa renda, na comunidade do Cantagalo. A partir de agora, começaremos um trabalho ativo de captação de patrocínio para as atividades regulares nesta nova arena. Pensamos em fazer campeonatos entre os jogadores e até mesmo uma competição entre as favelas participantes do projeto”, anunciou Ricardo Chantilly, diretor executivo do AfroGames.
Vale ressaltar que, desde 2019, quando foi criado, o AfroGames já impactou mais de mil pessoas de cinco comunidades da Região Metropolitana do RJ. Na capital fluminense, o projeto está presente em Vigário Geral e no Complexo da Maré, especificamente no Morro do Timbau e na Nova Holanda; já em Niterói, no Morro do Estado.
Referência no Brasil e no exterior, é a única iniciativa inclusiva no mundo a capacitar e profissionalizar jovens para atuar e competir em esportes eletrônicos, promovendo a diversidade, a transformação social e a geração de renda.
”Já atendemos 827 jovens nestes quatro anos de projeto. Além do Cantagalo, pensamos em ampliar o projeto para comunidades de São Gonçalo e de São Paulo, inclusive. Formamos profissionais para atuar na indústria dos games, usando o esporte e o lazer como ferramentas de bem social para um público com pouco ou nenhum acesso ao universo dos esportes digitais, promovendo ainda mais transformação e inserção”, complementa Ricardo.
O projeto oferece cursos técnicos em e-sports (jogos ”Fornite”, ”Free Fire”, ”Valorant” e ”League of Legends”) e desenvolvimento de jogos (programação e produção de trilha sonora para games), além de aulas de inglês.
”Nas comunidades onde há um núcleo do AfroGames, a adesão ao projeto é total, com todas as vagas existentes preenchidas. Nossos atletas profissionalizados costumam receber uma bolsa no valor de um salário-mínimo e tem uma carga horária de 20h semanais conosco, que envolve treino técnico da sua modalidade, acompanhamento psicológico, preparação física e as aulas de inglês”, explica Mariana Uchôa, diretora de operação e impacto social do AfroGames.
”Nossa previsão é fechar o ano de 2023 promovendo quase 4 mil horas de cursos e mais de 1.625 horas de inglês”, conclui ela.