Leo Balard: Turismo 4.0 e a transformação digital do setor

Se a forma de pedir uma pizza e pegar um táxi mudou, o jeito que o turista planeja a sua viagem também

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Vista aérea do Rio de Janeiro - arquivo - Foto: Rafa Pereira / Diário do Rio

A tecnologia tem se mostrado uma importante aliada para diversos segmentos, em especial para a indústria do turismo. A cada ano, o setor tem ampliado seus investimentos em inovação e soluções criativas com o objetivo de atender ao novo perfil do cliente, que digitalizou seus hábitos de consumo. Se a forma de pedir uma pizza e pegar um táxi mudou, o jeito que o turista planeja a sua viagem também.

A pandemia afetou duramente o trade turístico, fazendo com que o ambiente digital tomasse conta das nossas vidas por completo, o que reforça a necessidade de ampliarmos nossos esforços para promover ainda mais o turismo 4.0. Algumas empresas viram o momento de lockdown e, consequentemente, de baixa no setor, como uma oportunidade para digitalizar seu negócio e implementar essa cultura.

Porém, ainda é tempo de pôr em prática essa mudança de mentalidade empresarial. Há pouco, falei sobre o assunto durante o 5º Encontro Rio CVB – Rio de Negócios, realizado no hotel Fairmont, em Copacabana. Ao lado de renomados profissionais do trade, trouxe algumas reflexões sobre a importância da digitalização do negócio turístico, destacando algumas diretrizes para uma transformação imediata do setor, como investimentos em software e tecnologia, treinamento de equipe de backoffice, elaboração de estratégias digitais e o uso de dados de forma mais efetiva pelas organizações turísticas.

O evento contou com a presença de Cássio Brandão, líder de vendas para o poder público no Google, que compartilhou um dado que me chamou a atenção: apesar do aumento no número de turistas estrangeiros no Brasil  – o Ministério do Turismo registrou uma alta de 108% nos cinco primeiros meses de 2023, quando comparado com o mesmo período do ano passado – ainda existe uma baixa conversão de buscas no Google sobre “turismo no Rio” em relação às chegadas desses turistas na capital fluminense.

Como referência, o representante da empresa de tecnologia destacou que a cidade de Montevidéu apresenta uma conversão de buscas em visitas turísticas mais elevadas que o Rio de Janeiro. Enquanto a capital do Uruguai precisa de apenas oito pesquisas para converter em apenas uma visita, o Rio necessita de 22. Como transformar essa realidade? O que percebemos, na prática, é que o turismo precisa ser “produtizado” de uma forma mais atrativa para o cliente, inspirando credibilidade, confiança e segurança em todos os aspectos. Dessa forma, conseguiremos aumentar o período de permanência desse turista nos nossos destinos, beneficiando toda a cadeia.

A transformação digital do turismo tem se posicionado como uma prioridade para revolucionarmos a indústria, tão importante para o país. De acordo com o relatório de impacto econômico da WTTC – Conselho Mundial de Viagens e Turismo (WTTC), o turismo será responsável por quase oito milhões de empregos e 7,8% do PIB do Brasil em 2023

É possível e desejável que o trade turístico passe a utilizar no seu processo gerencial as facilidades da TI em todos os seus aspectos revolucionários como o conceito de Big Data, Internet das Coisas (IOT) e Inteligência Artificial (IA), ampliando as vantagens comparativas e competitivas para o desenvolvimento do seu negócio.

A gestão do turismo 4.0 é capaz de oferecer aos viajantes uma maior comodidade e segurança, elevando a indústria turística brasileira a outro patamar. Para que isso aconteça, precisamos avançar na discussão sobre o tema a fim de melhorar ainda mais a experiência de viagem de cariocas e turistas, e entender que o segmento veio para ficar.


Leo Balard é fundador da TAH – Travel Activities Holding, ecossistema de experiências em turismo que oferece soluções inteligentes e tecnológicas para viajantes e trade.

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