O evento está em todos os outdoors eletrônicos, na TV, no rádio, nos jornais e nas mídias sociais. Os números impressionam: mais de 1.700 palestrantes, expectativa de 130.000 visitantes, 60.000m² de área… E as celebridades palestrantes, então, são as “cerejas do bolo” de mais um acontecimento no nosso Porto Maravilha, centro do Rio de Janeiro. E mesmo que o tempo não ajude e as filas quilométricas na entrada aconteçam, alguns motoristas de aplicativo abusarem no valor da corrida, a festa começou e já é mais um sucesso na agenda carioca!
Diante dessa magnitude tecnológica, com promessas de metaverso até fora do planeta, chamo a atenção para uma “ARENA” (conjunto de dois palcos do Armazém 3), intitulada Sociedade 5.0, sob a curadoria da Arquiteta Michelle Beatrice (aquela do Encontro MICA). Lá vai fervilhar conteúdo sobre esse conceito que é um modelo de organização social em que tecnologias são usadas para criar soluções com foco nas reais necessidades humanas, com inclusão social e sustentabilidade socioambiental.
Significando que, se a tecnologia é novidade, mas traz poucos, tantos ou mais prejuízos do que benefícios à humanidade ou ao meio ambiente, deve ser rechaçada e reprogramada. Da mesma forma, se a tecnologia é inovadora, mas não consegue ser inclusiva, ou seja, não é extensível num curto espaço de tempo a toda a população interessada, também não é adequada ao modelo.
Com essa definição, estamos diante de um conceito aplicável a toda e qualquer atividade humana, e a Arquitetura e o Urbanismo estão se apropriando desse conceito para nortear seus projetos, direcionar políticas públicas para nossas cidades e, por isso, se falará muito do assunto em vários painéis, ao lado de uma enorme multiplicidade disciplinar no Armazém 3 da 3ª edição da Rio Innovation Week, que se apresenta como um dos maiores eventos de tecnologia da América Latina.
Sociedade 5.0, no mundo virtual, busca se firmar com cidades totalmente conectadas, nas quais o ciberespaço se integra de maneira harmônica com o mundo físico. Mas, no mundo real, é um conceito muito “pé no chão” que o visitante encontrará no evento, porque trata a tecnologia como um meio e não como um fim em si mesma. Na verdade, é um conceito oriundo de um projeto do governo japonês, que busca equilibrar o avanço econômico com a resolução de problemas sociais.
Na prática, estamos falando de tecnologia, inovação disruptiva, mas dentro de um modelo de gestão que coloca a redução da emissão de gases de efeito estufa, o aumento da produção e a redução do desperdício de alimentos, a redistribuição de renda e o combate às desigualdades sociais, a qualidade de vida e a economia criativa em primeiro lugar.
A expectativa do evento é grande. Mas a expectativa de profissionais como eu, amante da disseminação de conhecimento e programação cultural, é ainda maior. Faço parte da mesa de encerramento da Arena Sociedade 5.0, ao lado dos arquitetos e urbanistas candidatos ao CAU RJ pela chapa 01, homônima à Arena: Michelle Beatrice, Sydnei Menezes, Carla Cabral e Eduardo Ribeiro, no último dia (6/10) às 19 horas, falando de Cidades Mais Inteligentes, Mobilidade Urbana e a era BIM/CIM.
Milhares de ingressos sociais foram distribuídos pela organização do evento. Ainda faremos amanhã um último sorteio de convites para o dia 6/10, enviando um “quero” para o e-mail falecom@cau-sociedade5p0.com.br com seu nome completo, CPF, ocupação, empresa, idade e e-mail para agilizar a confecção do convite.
*Leila Marques. Arquiteta e Urbanista CEFET/RJ e Conselheira do CAU/RJ