A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém celebra uma missa em honra de Nossa Senhora da Palestina, nesta quinta-feira (26), às 18h, na Igreja da Glória do Outeiro, Zona Sul do Rio de Janeiro, pelo fim da guerra no Oriente Médio e pela paz no mundo.
A celebração será oficiada pelo cardeal arcebispo do Rio, Dom Orani João Tempesta. Na ocasião, Jorge Luis Machado também será homenageado pelos seus 30 dias de falecimento.
A Ordem do Santo Sepulcro de Jerusalém, instituição leiga da Santa Sé, tem registro documental pouco conhecido. De acordo com a tradição, a entidade teria como origem a Ordem dos Cônegos da Santo Sepulcro, após Godofredo de Bouillon ter libertado Jerusalém do domínio mulçumano na Primeira Cruzada. Com a vitória, Cavaleiros de diversas nacionalidades firmaram votos de obediência para defender o Santo Sepulcro.
Em 1103, o rei cruzado, Balduíno I de Jerusalém, tornou-se superior da Ordem dos Cônegos do Santo Sepulcro, com prerrogativas de nomear Cavaleiros. Tal faculdade ficaria a cargo do Patriarca Latino de Jerusalém, em caso de ausência do monarca. Dentro dos quadros da Ordem cabia aos Sargentos, uma espécie de milícia eleita dentro da Cruzada, a defesa do Santo Sepulcro e dos Lugares Santos.
Com o fim da Primeira Cruzada, em 1114, Arnolfo de Choques, Patriarca de Jerusalém, obrigou os cônegos a viverem encerrados em comunidades sob a regra de Santo Agostinho, além de outras normas ditadas pelo Papa Calisto II. Ele também deu mais espaço às mulheres com a criação de uma divisão feminina.
Após o desaparecimento do Reino Cristão de Jerusalém, a Ordem ficou sem um superior, cabendo à alta autoridade religiosa na Terra Santa, a Custódia da Terra Santa, liderada pelos Franciscanos, a nomeação de novos Cavaleiros.
O Papa Inocêncio VIII chegou a extinguir a instituição, em 21 de março de 1489, através da bula Cum Solerti Meditatione, repassando os seus bens e propriedades aos Hospitalários. Em 1496, a bula de Inocêncio VIII foi revogada pelo Papa Alexandre VI, que resgatou a Ordem, que seria agora subordinada ao Vaticano. Seus bens, no entanto, não foram reavidos.
Em 1847, o Papa Pio IX restabeleceu o Patriarcado, com a entidade voltando a custodiar o Santo Sepulcro e concentrando as funções de sustento das obras do Patriarcado Latino de Jerusalém e da propagação da fé cristã.
A partir de 3 de agosto de 1888, as mulheres passaram a ter acesso à Ordem através do Braço de Damas, após a publicação das cartas apostólicas Venerabilis Frater Vicentius pelo Papa Leão XIII. Em 1098, o termo Militar foi substituído pelo Equestre no nome da Ordem.
Em 8 de julho de 1977, o Papa Paulo VI aprovou a nova constituição da Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém , que passou a ter os seguintes propósitos: Prática da vida cristã; Custódia e manutenção da fé cristã na Palestina; e Defesa dos direitos da Igreja Católica na Terra Santa.
O Papa João Paulo II, em 1996, elevou a dignidade da Ordem à Associação Pública de Fiéis, com personalidade canônica e civil.
Atualmente, a Ordem faz contribuições à Universidade de Belém, escolas, asilos, dispensários, hospitais e outras instituições na Palestina.
Nossa Senhora da Palestina é padroeira da Ordem do Santo Sepulcro que, assim como o Patriarcado Latino, é responsável pela manutenção de um Santuário, construído em 1928, na cidade de Deir Rafat, localizado a 30 km de Jerusalém.
A Ordem Equestre do Santo Sepulcro de Jerusalém conta, atualmente, com mais de 20 mil Cavaleiros e Damas. Aos integrantes é facultado o direito de vestirem capa branca, no caso dos Cavaleiros, e capa preta e véu, no caso das Damas. Nas capas consta o bordado com o símbolo máximo de Jerusalém: a Cruz Vermelha de Jerusalém, com quatro pequenas cruzes, em recordação às chagas de Cristo.
A Ordem do Santo Sepulcro é a única instituição secular da Santa Sé e, juntamente com a Ordem Soberana e Militar Hospitalária de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta, são as únicas reconhecidas, histórica e juridicamente pelo Vaticano, como Ordens de Cavalaria.