O cantor e compositor Roger Waters, conhecido como um dos fundadores do Pink Floyd, foi honrado, na manhã desta sexta-feira (27/10), com a Medalha Pedro Ernesto em uma cerimônia na Câmara Municipal do Rio de Janeiro. O artista e ativista social, que está atualmente em turnê pelo Brasil, fará um aguardado show na cidade neste sábado (28/10).
A homenagem, aprovada em sessão plenária, na última quinta-feira (26/10), foi uma iniciativa da vereadora Mônica Benício (PSOL), que destacou o compromisso de Roger Waters com a promoção de uma vida plena e digna para todos os seres humanos, ressaltando sua contínua luta por justiça e direitos humanos. “Roger é um grande companheiro da luta por justiça para Marielle e pelos direitos humanos. Ele compreende que a paz não é apenas a ausência da guerra, mas a presença de justiça, igualdade e liberdade” afirmou.
O artista, visivelmente emocionado durante a cerimônia, compartilhou uma lembrança de sua mãe, uma professora que lhe ensinou a importância do estudo. Ele contou que por volta dos 13 anos de idade, sua mãe, alertou que ao longo da vida ele iria se deparar com vários problemas e decisões difíceis. E que quando isso acontecesse, ele deveria recorrer à leitura para entender melhor as situações e saber como resolvê-las.
“Ela me disse que a partir daí, já teria feito a parte mais difícil e depois viria a parte mais fácil: fazer a coisa certa! Minha mãe já faleceu há muitos anos, mas carrego esse presente comigo até hoje. Todo dia 31 de dezembro, à meia-noite, eu faço a mesma resolução de ano novo de continuar dando o meu melhor. Eu posso até falhar, mas farei isso, em memória da minha mãe” revelou Waters. Ele também anunciou sua intenção de prestar homenagem à vereadora Marielle Franco, brutalmente assassinada em 2018.
O engajamento de Roger Waters na defesa dos direitos humanos foi destacado por Mônica Cunha (PSOL) que é parlamentar e presidente da Comissão Especial de Combate ao Racismo. Ela ressaltou que o alcance global da voz do artista amplia o trabalho realizado por ativistas em suas comunidades. “Quando você grita num show o nome de Marielle, pedindo justiça por uma mulher que antes de ser uma defensora e uma parlamentar, era uma mulher negra, propagar isso também significa uma cultura antirracista. Sua voz consegue chegar muito mais longe do que as nossas chegam” afirmou a vereadora.
E além de representantes da Defensoria Pública do Estado do Rio de Janeiro, a cerimônia contou com a presença de Antônio Neto, representante da ONG Justiça Global, do deputado federal Tarcísio Motta e da deputada estadual e presidente da Comissão de Direitos Humanos da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro, a Dani Monteiro.