Todos nós já ouvimos o ditado: “O tempo cura tudo”. Mas, quando se trata da dor de um término, será que o tempo realmente tem esse poder?
Eu acredito que o tempo, por si só, não tem o poder mágico de curar. Ele pode amenizar, mascarar ou até mesmo esconder a dor, mas não a elimina. Afinal, quem nunca se pegou, anos depois de um término, ainda sentindo uma pontada de dor ao ouvir “aquela” música ou visitar “aquele” lugar que frequentavam juntos?
Talvez você já tenha tentado lidar com o sofrimento, esperando que ele desaparecesse por si só. Mas há formas melhores de acelerar esse processo e outras que podem prolongá-lo.
Vamos começar com o que não fazer. A pior estratégia é escutar os conselhos de amigos e amigas. Essas pessoas querem te ver bem o mais rápido possível e, por isso, aconselham você a sair, beijar outras pessoas e fugir da dor. O que elas não sabem é que, após um término, surgem sintomas como desinteresse em outras pessoas, baixa libido e falta de prazer no que antes era recompensador.
O problema de se forçar a ficar com alguém é que isso gera um grande conflito interno, pois, provavelmente, você ainda tem sentimentos pelo seu ex e se força a beijar outra pessoa. Se você já passou por isso, sabe bem o mix de emoções negativas que isso gera, como culpa ou até uma sensação estranha de que está fazendo algo “errado”.
Então, o que fazer? Enfrentar e suportar a dor e o sofrimento, em vez de tentar mascará-los.
Não estou sugerindo que você fique sofrendo e pensando na outra pessoa 24 horas por dia, mas é crucial reconhecer e processar essa dor, sem fugir dela.
Existe uma grande diferença entre distração e fuga. Na distração, você sai para espairecer, para sair daquele fluxo de pensamentos intrusivos que te atormenta o dia inteiro. Pense nisso como uma válvula de escape, um período de alívio. Já na fuga, você tenta esconder sua dor, mas nada é resolvido.
Mas o que você precisa resolver?
Primeiro, você tem que lidar com a esperança de voltar com a pessoa ou até mesmo que o outro mude e seja como você sempre quis. Para lidar com essa questão, a melhor coisa a fazer é se perguntar: “Eu tenho alguma evidência de que isso possa acontecer, ou é só uma esperança fantasiosa minha?”
Segundo, você tem que lidar com a culpa, raiva ou arrependimento. Sempre que passamos por um término, podemos sentir culpa pelo que fizemos ou deixamos de fazer e nos arrepender. Mas sabemos que não podemos voltar atrás e que, quando estamos no olho do furacão, fica difícil perceber que a casa está desmoronando. Essa culpa surge porque agora você tem outra perspectiva e uma clareza maior. Você está vendo a situação de fora.
A raiva pode ser direcionada ao outro, pelo sofrimento que ele ou ela está causando, ou até mesmo a você, por ter permanecido tanto tempo em um relacionamento no qual estava infeliz.
O que nos impede de superar é não lidar com essas emoções que surgem após um término. E como eu sempre digo às minhas clientes: “você pode até não ser responsável pelo seu sofrimento, mas é responsável por prolongá-lo ou não.”