A ópera La Traviata, de Giuseppe Verdi, está de volta ao Theatro Municipal, após mais de duas décadas de ausência no palco da casa mais tradicional e conceituada casa do Rio de Janeiro. O espetáculo entra em cartaz no 17 de novembro, às 19h, e conta com récitas, com a participação do Coro e da Orquestra Sinfônica do Theatro Municipal. As récitas acontecerão nos dias 17, 19, 23, 24, 25 e 26. No dia 23, refugiados da Cáritas Brasileira, estudantes da UERJ, FAETEC e idosos serão convidados para assistir à récita, no âmbito de uma ação educativa. La Traviata tem duração de 3h10, com dois intervalos de 20 minutos e uma pequena pausa técnica. A classificação etária é de 14 anos.
A atual montagem conta com uma novidade interessantes quanto ao cenário, que será representado por um espaço dominado por estruturas em ferro fundido, em alusão à influência francesa na arquitetura do Rio.
Verdi se inspirou no romance e peça teatral de Alexandre Dumas Filho, “A Dama das Camélias”, para compor um dos seus trabalhos mais conhecidos. Na Traviata, a cortesã parisiense Violetta Valery apaixona por um jovem estudante.
La Traviata, tem concepção e direção cênica de André Heller-Lopes; e direção musical e regência de Luiz Fernando Malheiro. À frente dos papéis principais estão os cantores Ludmilla Bauerfeldt, Laura Pisani e Michele Menezes (Violetta), Matheus Pompeu, Ricardo Gaio e Ivan Jorgensen (Alfredo), Lício Bruno e Vinicius Atique (Germont).
A presidente da Fundação Teatro Municipal, Clara Paulino, lembrou que, desde 1974, a ópera não tem direção de um brasileiro, acrescentando que a versão de Heller é inédita no palco carioca.
“São 22 anos de espera para recebermos novamente esse grande espetáculo no palco do Municipal. Desde 1974 nenhum brasileiro dirigiu essa ópera, e agora temos a oportunidade de receber uma nova versão de André Heller-Lopes. O TMRJ, com o Patrocínio Oficial Petrobras, mais uma vez abre suas portas para que você possa se emocionar junto com a gente,” disse Clara Paulino.
Eric Herrero, diretor artístico do Municipal, destacou a qualidade da equipe que trabalha na produção, que contará com a atuação de três elencos distintos.
“É uma alegria programar La Traviata, um título tão querido e pedido pelo público e artistas da casa, que ficou tanto tempo fora das temporadas do TMRJ. Com uma equipe de primeiríssima, poderemos oferecer sete apresentações com três elencos distintos. Com Traviata fechamos um ciclo de seis títulos operísticos neste ano – um em concerto e cinco montagens. Que este número cresça bastante em 2024”, afirmou Eric Herrero.
Para o diretor cênico da ópera, André Heller-Lopes, o tema de La Traviata continua atual, com os conflitos gerados pelos embates entre a moral religiosa e o amor vivido em um cenário de alta prostituição.
“Interessa-me o fato de a ópera tratar do universo da alta prostituição e seus conflitos com uma moral religiosa. No entanto, é na cortesã que está o amor, enquanto a morte vem pelas mãos das imposições de uma sociedade moralista que pretende tomar para si a palavra divina. Ambos os temas permanecem atuais em nosso mundo — e arrisco dizer que assim continuarão por muitos anos futuros, infelizmente. Seja no século XIX ou num futuro distópico, La Traviata mantém-se contemporânea”, explicou o diretor do espetáculo, cujo título inicialmente previsto era “Amore e morte”. Temas que, segundo Heller-Lopes permeiam toda concepção da ópera.
O Theatro Municipal preparou ações inclusivas para pessoas com problemas de audição. Antes das récitas, um intérprete de Libras fará uma palestra gratuita no Salão Assyrio. Pessoas com problemas de mobilidade e idosos terão à disposição rampas de acesso, elevadores e banheiros adaptados. Também haverá legendagem e audiodescrição.
Ingressos:
Frisas e Camarotes – R$80,00 (ingresso individual)
Plateia e Balcão Nobre – R$60,00
Balcão Superior – R$40,00
Galeria – R$20,00
Os ingressos podem ser adquiridos através do site theatromunicipal.rj.gov.br ou na bilheteria do Theatro.