Reajuste de condomínios no Rio supera inflação e deve ficar ainda mais caro com aprovação da reforma tributária

Os condomínios da Barra da Tijuca são verdadeiros vilões da inflação, com reajuste médio de 9% neste ano, bem acima da inflação

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Ilha Pura, bairro planejado da Carvalho Hosken na Barra da Tijuca, tem seis quadras de tênis
Ilha Pura, bairro planejado da Carvalho Hosken na Barra da Tijuca, tem seis quadras de tênis (Divulgação)

Levantamento recente elaborado pela ”Paquetá Condomínios”, espécie de startup voltada à administração de condomínios recém chegada ao Rio de Janeiro, mostra que a taxa cobrada pela manutenção dos edifícios de moradia nesses locais está pesando cada vez mais no bolso das famílias cariocas. Os condomínios na região da Barra são recordistas no percentual de aumento.

Nos últimos 12 meses, a média de aumento entre os quase 700 condomínios analisados foi de 9%, superando grandemente o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que foi de 5% no período.

Ainda de acordo com o levantamento, a Barra da Tijuca, na Zona Oeste da capital fluminense, foi o bairro com o maior reajuste da cota condominial, com expressivos 9%. Já a Zona Sul, considerada a área mais nobre e mais cara do Rio, apresentou aumento mais próximo da inflação do período: 6,5%.

Na Zona Norte, por sua vez, os reajustes dos condomínios para o período estão entre os mais baixos, apenas 4,5%, praticamente uma reposição das perdas com a inflação.

Com a reforma tributária, o entendimento do setor imobiliário é que a taxa deve aumentar, enquanto a carga de impostos sobre serviços vai crescer – e boa parte das despesas de um condomínio são justamente arcar com serviços.

”É um valor que pesa no orçamento, mas que poder ser diminuído com uma gestão profissional, adaptações nos prédios e mudanças nos hábitos dos moradores”, explica Douglas Coelho, head de operações da Paquetá.

Mas, com os condomínios cada vez mais caros, como reduzir esses custos? A equipe da empresa explica que, atualmente, a taxa condominial varia de acordo com a região por conta das características mais comuns nos prédios de cada bairro.

Além disso, os maiores gastos de um condomínio costumam ser a conta de luz e a folha de pagamento de funcionários, como porteiros e zeladores, segundo a empresa.

Soluções para reduzir gastos com a energia elétrica podem ser desde a substituição de lâmpadas incandescentes por LED até a redução do uso dos elevadores em determinados horários. O impacto traz um abatimento na fatura de luz dos condomínios em até 20%. Já na folha de pagamento, que representa o maior gasto, cerca de 70% da despesa total, é possível reduzir horas extras e tentar readequar o quadro de funcionários.

”A cota condominial é um rateio de despesas, ou seja, não se arrecada mais do que precisa. Então, todos os condomínios que recebem muito próximo do que gastam, precisarão reajustar a cota e cortar despesas. São pequenos ajustes na rotina, que no início geram estranhamento, mas que em pouco tempo passam a ter um retorno que todo mundo vê no bolso”, explica Coelho.

Para Valdemar Barboza, administrador do Shopping Paço do Ouvidor, um grande empreendimento comercial no Centro, o valor dos condomínios também vem sendo um grande vilão no segmento de imóveis corporativos. Neste tipo de imóveis, um problema muito grande, além dos citados pela Paquetá, é a inadimplência, que cresceu sobremaneira durante a Pandemia, principalmente no caso de prédios de escritórios. Segundo ele, a média do valor dos condomínios tem ficado em torno de 30 reais por metro quadrado das unidades.

(foto da matéria meramente ilustrativa de condomínio na Barra da Tijuca)

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