A Polícia Civil do Rio de Janeiro (PCERJ), por meio do Departamento Geral de Combate à Corrupção, ao Crime Organizado e à Lavagem de Dinheiro (DGCOR-LD), bloqueou mais de R$ 13 bilhões em bens e valores das organizações criminosas em todo o estado.
De novembro de 2022 ao mesmo mês este ano, cerca de R$ 253 milhões foram recuperados pelo Gabinete de Recuperação de Ativos (GRA). O valor retirado das máfias retorna ao Governo do Estado para investimento na aquisição de novas viaturas, tecnologia, remuneração de policiais e demais serviços.
”Estamos conseguindo quebrar essa cadeia econômica e financeira de movimentação das facções criminosas. O trabalho integrado com o Ministério da Justiça vai reforçar os resultados investigativos da Polícia Civil. Por isso, o Departamento Geral de Combate à Corrupção está sendo transferido para o prédio da Agência Central de Inteligência, onde receberá o Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos, o Cifra. Em uma área de 1.200m², os agentes terão todas as ferramentas necessárias para realizarem seu trabalho’‘, disse o governador Cláudio Castro.
O DGCOR é integrado por 5 órgãos:
- Coordenadoria de Inteligência – realiza análise para todos os órgãos;
- Laboratório de Tecnologia de Combate à Lavagem de Dinheiro – órgão técnico do departamento, responsável por realizar todas as análises de relatórios de inteligência financeira, como quebra de sigilo fiscal e bancário;
- Delegacia de Combate à Corrupção – focada em desvio de dinheiro público;
- Delegacia de Combate às Organizações Criminosas – trata da lavagem de dinheiro do tráfico, milícia e grupos criminosos;
- Gabinete de Recuperação de Ativos – visa recuperar esse patrimônio para que o Estado reinvista na PCERJ.
Neste último ano, 478 ativos foram recuperados, entre imóveis, fundos, criptomoedas e outros bens. Apenas em imóveis, R$ 30 milhões foram captados, já em embarcações, R$ 10 milhões.
Para o delegado Gustavo Ribeiro, diretor do DGCOR-LD, descapitalizar organizações criminosas é ação decisiva para reduzir seu potencial e desmantelá-las.
”Se eu tiro os ativos desses criminosos, além de inviabilizar a retroalimentação do crime, ou seja, que esse dinheiro volte a ser investido em armas, drogas, e em mais maneiras de coagir a população, ainda invisto mais na polícia, que combate esses grupos. Desonerando as contas públicas o contribuinte paga menos imposto e tem uma segurança mais efetiva”, explicou.
Os recursos recuperados possibilitaram a contratação de grandes empresas multinacionais de tecnologia, e de softwares de análise, que facilitam ainda mais o trabalho do Laboratório e as delegacias do departamento de lavagem de dinheiro.
Comitê de Inteligência Financeira acelerará investigações
O Comitê de Inteligência Financeira e Recuperação de Ativos (Cifra) terá por objetivo a coleta, análise e difusão de dados financeiros para a produção de conhecimento de inteligência financeira, visando a melhoria da qualidade e a assertividade das investigações realizadas pela PCERJ.
Formado por membros do Ministério da Justiça e Segurança Pública, Polícia Federal, Polícia Rodoviária Federal (PRF), Senasp, Polícia Civil do RJ, Fazenda (Sefaz), Casa Civil, Ministério Público Federal (MPF), Ministério Público do RJ (MPRJ) e Conselho de Controle de Atividades Financeiras (Coaf), o comitê dará celeridade ao trabalho.
De acordo com o delegado Jefferson Ferreira, da Delegacia de Combate às Organizações Criminosas e à Lavagem de Dinheiro (DCOC-LD), investigações que levariam quatro anos poderão ser resolvidas em apenas um.
”A integração com o Cifra vem em boa hora para auxiliar no fluxo de informações, que por vezes há um embaraço burocrático, e agora, nós vamos poder ter essa informação com muito mais rapidez, e isso auxilia bastante as investigações para darmos uma resposta rápida na prisão e na recuperação desses bens”, afirmou.