Decidir terminar um relacionamento é, sem dúvida, uma das escolhas mais difíceis na vida de muitas pessoas. Nos meus atendimentos, vejo muitas pessoas lidando com essa indecisão. Então, vamos explorar qual seria o melhor caminho para você.
Se você está nessa situação, é crucial se perguntar: “Eu realmente quero e estou disposto a fazer este relacionamento funcionar? E a outra pessoa, está no mesmo barco?”
Quando ambos estão comprometidos, a terapia de casal pode ser a melhor opção. Vocês podem trabalhar em equipe para resolver os conflitos e insatisfações. No entanto, muitas vezes, um dos parceiros já não está mais interessado em lutar.
Se essa pessoa for você, é hora de refletir: “O que está me prendendo, então? Quais são os meus medos?”
Como psicólogo, atendo muitos casos de pessoas que, apesar do desejo de se separar, não conseguem dar esse passo. Um dos maiores obstáculos é o medo do desconhecido. Você está na zona de conforto e, por mais que seja ruim, é um inferno conhecido, no qual você já sabe o que esperar. Mas, quem disse que o desconhecido também é ruim?
Há também o temor de ficar sozinho para sempre, de não encontrar outra pessoa e de não realizar o sonho de ter uma família ou envelhecer sozinho. Esse medo não escolhe idade; atendo jovens de 25 anos e pessoas com mais de 60 anos com esse medo. Somos seres sociais, e a possibilidade de ficarmos sós representa uma ameaça enorme ao nosso bem-estar.
Outro medo comum é o de fazer a outra pessoa sofrer. É quase um ato altruísta. Mas, ao sacrificar a própria felicidade em prol do outro, você acaba vivendo uma vida que não é verdadeiramente sua e fadada à infelicidade.
E quando se tem filhos? Muitos temem o impacto do divórcio neles. Porém, é importante se perguntar: “Quero que meus filhos cresçam vendo pais desconectados e infelizes?” Eles podem aprender que relacionamento e felicidade não coexistem e que precisamos manter um ambiente artificial pelo bem da família.
Será que é esse o exemplo que você deseja passar? Será que manter uma família margarina é mais importante do que ensinar seus filhos que temos que buscar nossa felicidade e tomar decisões difíceis na vida? Lembre-se, também, que é nas dificuldades que as crianças crescem e se tornam mais resilientes para encarar a vida. Cuidado para não protegê-las em uma redoma.
O medo de se arrepender também é real e recorrente nas minhas pacientes. Uma técnica que costumo usar é escrever sobre seus sentimentos e frustrações atuais. Como você se sente hoje e nos últimos anos? Se o arrependimento bater, essa carta serve como um lembrete do porquê você tomou essa decisão, pois nossa mente tem a tendência de esquecer os aspectos negativos e enaltecer os positivos, especialmente quando queremos evitar a dor da solidão.
Para finalizar, lembre-se: não tomar uma decisão é, em si, uma decisão. E muitas vezes, é a pior delas, porque os problemas e frustrações só se acumulam com o tempo, e quanto mais você espera, mais difícil fica mudar e mais justificativas você cria. Portanto, você precisa agir agora, encarar esses medos e incertezas para ter a possibilidade de voltar a ter uma vida mais autêntica e feliz.
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