O Real Gabinete Português de Leitura, no Centro do Rio de Janeiro, promove o lançamento do livro “D. Pedro II e Portugal: memória, representações e sociabilidades está disponível para pré-venda na loja do Museu Imperial”, em comemoração ao Bicentenário de nascimento de D. Pedro de Alcântara, que será celebrado em 2025. No evento, que acontece no dia 20 de dezembro, também será lançada a marca do Bicentenário do nascimento de Imperador, que acompanhará todas as ações do Museu Imperial até o final de 2025.
A obra, que conta com o apoio da Embaixada de Portugal em Brasília e do Instituto Camões, foi escrita com base na documentação relacionada às viagens de D. Pedro II e nos diários das viagens do monarca a Portugal, país de seu pai, e onde ele estabeleceu redes de sociabilidade familiares e político-culturais. Dada a sua importância histórica, os diários do imperador foram inscritos no Registro Internacional do Programa Memória do Mundo e reconhecidos pela UNESCO, em 2013, como patrimônio documental da Humanidade.
A publicação é ricamente ilustrada com imagens do acervo do Museu Imperial e apresenta na íntegra, de forma inédita, o álbum do fotógrafo Joaquim Coelho da Rocha. O trabalho, que foi oferecido ao imperador, em 1872, conta com registros relacionados à história da dinastia de Bragança, além de vistas, edifícios e monumentos de Lisboa e arredores.
À frente da organização do livro estão Alessandra Bettencourt Figueiredo Fraguas, historiadora e pesquisadora da Área de Pesquisa; e Maurício Vicente Ferreira Júnior, diretor do Museu Imperial. Ambos dividem a autoria dos textos com os pesquisadores portugueses Isabel Corrêa da Silva e Jorge Alves; e os brasileiros Danielle Ribeiro de Castro-Mansano, Arno Wehling, Fabiano Cataldo e Frederico Ferreira.
A historiadora e antropóloga brasileira, Lilian Schwarcz, autora da quarta capa da publicação, destaca que, na época de D. Pedro II, os monarcas eram educados para ocultar o seu lado pessoal e a sua intimidade em público, mas a historiografia recente tem identificado tais particularidades através do cruzamento de fontes diversas.
“D. Pedro II, como bom monarca oitocentista, foi criado e educado para desfazer ou não apresentar publicamente seu lado mais pessoal e sua própria privacidade. Foi também construído politicamente como a “anti-imagem” de seu pai. Novas pesquisas documentais têm, porém, recuperado, a partir de vários ângulos, os vínculos afetivos e históricos de Pedro II com Portugal, terra de seu pai. A coletânea revisita o tema a partir dos mais variados ângulos. Inquere sobre sociabilidades políticas e culturais que uniam o soberano com a terra de Camões, revisita suas viagens ao país, busca nos diários as passagens que referem estadas dele no local, e, ainda, inclui a análise de um álbum fotográfico de 1872, ofertado ao imperador por Joaquim Coelho da Rocha, que traz edifícios portugueses”, esclareceu a estudiosa.
Um presente para o imperador
O fotógrafo Joaquim Coelho da Rocha, radicado em Lisboa, foi de grande importância na documentação imagética dos locais visitados por D. Pedro II e sua comitiva em sua primeira viagem a Portugal. O resultado do histórico trabalho é justamente o álbum ofertado ao imperador e foi incorporado ao acervo do Museu Nacional depois do exílio da família imperial.
Em 1922, o álbum foi entregue aos cuidados do Museu Histórico Nacional. Com a criação do Museu Imperial, na década de 1940, o material passou a ser de sua responsabilidade, com a guarda do Arquivo Histórico.
O Real Gabinete Português de Leitura fica Rua Luís de Camões, nº 30, no Centro.