Rogério Amorim
O dia 31 de dezembro é costumeiramente um dia de festa e, também, de planejar o futuro, fazer resoluções de Ano Novo, pensar a vida. Mas desde o ano passado que há um novo e gigantesco significado nesta data, que eclipsa até mesmo a passagem do ano, algo que é apenas um marcador temporal: neste dia, em 2022, a Santa Igreja Católica perdeu Joseph Aloisius Ratzinger, um Papa verdadeiramente Santo e alinhado com a Igreja que foi construída por São Pedro a partir das palavras de Jesus Cristo. Para quem se espanta de lembrar que o Papa Emérito Bento XVI (sim, ele morreu como Papa Emérito) morreu em uma data tão simbólica, de passagem e transformação, adiciono uma informação: ele nasceu em um Sábado de Aleluia e foi batizado no dia seguinte, no Domingo de Páscoa, data que considero, pessoalmente, a mais importante da nossa Igreja.
É claro que o Natal, que acabamos de celebrar, é muito importante por ser o dia em que a Boa Nova é anunciada. Mas a Páscoa, dia em que nasceu Bento XVI, é o dia da Ressurreição de Nosso Senhor, é o dia da maior celebração da vida. E nosso Papa Emérito recebeu o sacramento do batismo nesse dia tão simbólico.
É possível que em poucos momentos da História da nossa Igreja tenha existido alguém tão preparado para o Cargo. Bento XVI dominava os idiomas alemão, italiano, francês, latim, inglês, espanhol e português, e sabia ler em grego antigo e hebraico. Músico de excelência, sabia executar peças de Mozart ao piano como poucos conseguiam. Teve uma infância difícil, com pais pobres – a mãe cozinhava e lavava pratos em restaurantes pequenos, o pai era comissário de polícia e um ferrenho opositor das ideias de Hitler. Sua família tinha extrema repugnância ao ditador alemão, pois oficiais nazistas haviam assassinado uma criança com síndrome de Down deixando a todos em luto – inclusive aquele que seria o nosso Papa décadas mais tarde.
Só posso qualificar como completos idiotas aqueles que veem em Bento XVI qualquer complacência com as ideias de Hitler, como muitas pessoas de esquerda costumam dizer por aí – pela absoluta falta de compreensão do que é a Igreja Católica. Bento XVI na verdade combatia o marxismo, principalmente o marxismo cultural, por entender que as ideias libertinas preconizadas pela esquerda eram uma ameaça à união da Igreja, união esta que na década de 60 foi bem expressada pelo Papa Paulo VI em uma só célebre frase: “O que nos une é imensamente maior do que o que nos separa”. É mais do que evidente que Bento XVI, em sua imensa capacidade de enxergar o mundo, viu que as ideias marxistas tinham uma extrema afinidade com o que defende o Anjo Caído. As ideias que afrontam a Instituição Família, que foi um legado do Cristo para a humanidade, uma instituição que nos deu capacidade de sobrevivência a todos os rigores do mundo.
Mas nos últimos dias, uma grande notícia trouxe um alento para os católicos em todo o mundo: o Vaticano anunciou que publicará em breve um livro com 130 homílias do Papa Bento XVI proferidas em missas dominicais, a maioria delas gravadas e transcritas por membros de sua congregação. Esses pronunciamentos ao povo cristão certamente levarão a todos nós a uma grande meditação. O Papa Bento XVI defendia uma “relação pessoal com Deus”, e defendia que Sua Lei era uma expressão da vontade Divina. “Ao tentar compreender e seguir a vontade de Deus nós entramos em um relacionamento pessoal com Ele”, explicava, em uma Homília, o inesquecível Bento XVI.
Que nesta data possamos todos nos lembrar com alegria genuína do nosso inesquecível Papa Bento XVI, aquele que sem dúvida nos conduziu para um relacionamento com Deus e hoje certamente está sentado a Seu Lado. Que assim seja!
Este é um artigo de Opinião e não reflete, necessariamente, a opinião do DIÁRIO DO RIO.
Amém…Gostava muito dele também…Dele e de João Paulo II,dois realmente merecedores de serem representantes de Deus na terra!!!Que Deus os tenha em bom lugar!!
FELIZ 2024!!
um religioso altamente culto e conhecedor da doutrina da igreja. Que sua memória seja eternamente lembrada.