A Cury Construtora adquiriu, no final do ano de 2023, o terreno e as estruturas inacabadas do Porto Vida Residencial, empreendimento lançado em 2013 próximo à Rodoviária do Rio, na Região Portuária. A construtora tem como objetivo transformar esses esqueletos em prédios que abrigarão 1.782 apartamentos, com dimensões variando entre 33 e 65 metros quadrados.
O novo empreendimento abrigará aproximadamente 5 mil moradores. Embora a Cury ainda não tenha divulgado a data de lançamento para o público, há informações indicando que as obras serão retomadas no segundo semestre, com uma estimativa de dois anos para a conclusão. A notícia é do Diário do Porto.
A transação para a aquisição dos esqueletos foi viabilizada por meio de um acordo entre a Cury Construtora, a Caixa Econômica Federal e a empresa Porto 2016 Empreendimentos Imobiliários, parceiras iniciais do projeto. Há uma década, o plano previa que os apartamentos seriam destinados preferencialmente à venda para funcionários da Prefeitura do Rio. Mas a falta de acordo sobre as condições de financiamento com o município levou à paralisação das obras em 2014.
As condições favoráveis do mercado imobiliário no Porto Maravilha impulsionaram a retomada do projeto. No momento, sete conjuntos residenciais estão em construção na área, totalizando 5.988 novas unidades habitacionais. E com este novo empreendimento, prevê-se a chegada de aproximadamente 21 mil novos moradores nos próximos anos, representando um aumento significativo de mais de 60% em relação à população atual.
A construtora já assumiu a responsabilidade pela segurança do terreno há cerca de um mês e informa que está em processo de transferência da documentação de propriedade.
Quando as obras do Porto Maravilha começaram, lá pelo ano de 2010, a concessionária Rio Porto Novo e o prefeito Eduardo Paes diziam que o objetivo era transformar a região em área residencial. Isso povoaria a região central do Rio, muito vazia à noite, aos sábados a partir da tarde e aos domingos. O público alvo seria, principalmente, o de pessoas que já trabalhassem no centro do Rio, pois elas teriam a oportunidade de morar perto de seus trabalhos e, assim, evitariam usar o precário transporte público da cidade. No entanto, o que se viu foi a construção de diversos empreendimentos de cunho comercial, que ficaram praticamente vazios. Ou seja, isso contrariava os planos iniciais. Com a pandemia, adotou-se o trabalho à distância, e o centro do Rio esvaziou muito. Agora, temos, a área principal do centro do Rio cheia de prédios comerciais com muitas unidades vazias. Volta-se, então, à ideia inicial de transformar a região portuária em área residencial. Mas num contexto muito diferente, no contexto pós-pandemia.
*paralisado