Para muitas pessoas, casar é um ato assustador, rumo ao desconhecido, cheio de expectativas, sonhos e… sim, dúvidas. Não é raro ficar sabendo de casais que, às vésperas de um dos dias mais importantes de suas vidas, se perguntam: “Será que estou fazendo a escolha certa? Será que quero passar o resto da minha vida com essa pessoa?”
Nos meus atendimentos como psicólogo de relacionamentos e até no meu círculo social, observei um padrão curioso. Enquanto alguns tinham uma certeza inabalável, outros estavam repletos de incertezas. Mas isso é normal. Afinal, estamos falando de compartilhar uma vida inteira com outra pessoa, com todas as suas manias e traumas.
A dúvida, por si só, não é um sinal de que algo está errado. Pelo contrário, pode ser um indicativo de que você está levando a sério essa decisão. O que importa é a intensidade da dúvida e se ela está te paralisando. Você já se sentiu ou se sente encurralado(a) na parede quando seu parceiro ou parceira fala ou falava em casamento?
Se você já passou ou passa por isso, talvez devesse avaliar ou até adiar um pouco esse compromisso. Tomar decisões quando se está se sentindo encurralado ou sufocada não me parece um bom começo.
No entanto, é crucial diferenciar as dúvidas comuns e esperadas daquelas que sinalizam um sinal vermelho real. Para te ajudar, reflita com honestidade: você é feliz hoje com essa pessoa ao seu lado? Existem pequenas coisas que gostaria que mudassem ou são questões maiores, comportamentos, crenças, valores que serão insustentáveis a longo prazo se não mudarem?
Uma armadilha comum é ter a esperança de que a outra pessoa vai se transformar após o casamento. Mas é essencial entender a diferença entre evoluir e se transformar. Evoluir significa crescer juntos, cada um melhorando por si e pelo relacionamento. Se transformar, por outro lado, é moldar-se para encaixar nas expectativas do outro – algo que raramente é sustentável ou saudável.
Antes de dar esse grande passo, pergunte-se: E se a outra pessoa não mudar ou se transformar nesse parceiro ideal que eu desejo, eu estaria disposto a casar mesmo assim?
Lembre-se de que o casamento deve ser uma escolha feita não apenas com o coração, mas também com a razão.
Histórias de casais que se separam poucos meses após o casamento são um triste lembrete de que, às vezes, ignoramos sinais vermelhos importantes. E casar não deve ser uma decisão impulsiva, baseada no medo da solidão ou na esperança infundada de mudanças na personalidade do outro. Se ele é “meio egoísta”, talvez continue sendo; se ela não valoriza a família e quer te isolar da sua, talvez isso nunca mude… Percebe?
Resumindo, casar com dúvidas faz parte do processo, mas é fundamental saber distinguir entre uma incerteza natural e sinais de que algo mais profundo pode não estar certo.
O casamento é uma jornada de evolução, autenticidade e aceitação, não um palco para transformações. Se o que você busca é um parceiro que precisa se transformar para se adequar ao seu ideal imaginário, talvez seja hora de refletir: é isso mesmo que você deseja para a sua história de amor, uma eterna tentativa de transformar o outro?
Pense bem, porque as escolhas de hoje escrevem os capítulos de amanhã e esse livro pode terminar antes mesmo de você começar o sumário.
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