É época de Carnaval no Rio de Janeiro e a cidade já começa a montar um esquema especial para receber as milhares de pessoas nas ruas. Mas há quem fique literalmente no meio da folia, como é o caso dos condomínios vizinhos dos blocos de rua. Enquanto os desfiles são aguardados ansiosamente pelos foliões, síndicos de prédios pelo caminho se preocupam com o bem-estar dos moradores dentro e fora de suas residências.
Segundo a Estasa, responsável pela administração de 700 condomínios do Rio, o cenário de alegria pode ser o oposto para quem vive no caminho dos blocos. Muitas vezes, a festa é motivo de prejuízo e dor de cabeça e, por isso, algumas medidas são adotadas durante o Carnaval. “Isso impacta diretamente no dia a dia dos moradores, que ficam impossibilitados de sair de suas casas e também sofrem com o barulho”, conta Ana Carolina Chazan, gerente-geral de Gestão Predial da Estasa.
Marcos Vinícius, síndico de um condomínio em Ipanema, na Zona Sul do Rio, explica que instalar grades e tapumes para proteger fachadas e árvores de prédios e orientar funcionários para aumentar a atenção com a segurança são as principais manobras adotadas durante a folia carioca. Além disso, ele conta que moradores costumam estocar comida para não ter que sair de casa durante os cortejos. “É preciso verificar dias, horários, duração e trajeto dos blocos e se certificar sobre o trânsito do bairro para que todos se organizem com os deslocamentos”, orienta o síndico da Estasa, que também lembra aos moradores que não deixem veículos estacionados na rua em dias de blocos, pois a aglomeração de pessoas no entorno impossibilita qualquer atividade do condomínio.
“Além do dinheiro investido para evitar a depredação dos condomínios e o reforço da segurança, nossa grande preocupação durante o Carnaval é a dificuldade de saída dos prédios ou chegada de atendimento médico, caso ocorra uma emergência com um morador, pois temos nos condomínios muitos idosos e crianças pequenas”, lembra Anna Carolina Chazan.
Durante o Carnaval, outra preocupação dos síndicos e moradores de condomínios do Rio é com o aluguel por temporada e, por isso, todos devem ficar atentos às regras. De acordo com a gerente-geral da Estasa, é importante que o condomínio solicite informações sobre os inquilinos, como número de ocupantes do apartamento, documentação de todos para cadastro na portaria e tempo da hospedagem. “Os condomínios que adotarem essa prática devem aprovar em assembleia e convenção, quando necessário, as regras internas para utilização das áreas comuns, consumo de água, entre outras particularidades dos edifícios”, explica ela.