A verdadeira instituição carioca que é o vira-lata caramelo, que já virou um símbolo do Rio de Janeiro no imaginário popular, tem um herói de guerra bem carioca para chamar de seu. Durante a Guerra do Paraguai, que aconteceu de dezembro de 1864 a março de 1870, as tropas imperiais brasileiras, no 31º Corpo de Voluntários da Pátria, tinham como mascote e aliado na luta contra o ditador Solano López o cachorrinho Brutus.
Brutus era um cão vira-lata típico do centro da cidade que uma vez entrou no quartel e acabou ficando por ali, sendo criado pelos soldados. Quando se deu a apresentação naquele quartel dos praças e oficiais que integrariam o 31ª Corpo de Voluntários da Pátria, ele apareceu, como se oferecendo para lutar ao lado da tropa.
“Brutus se apresentou no pátio e marchou com os soldados até a praça Mauá, onde embarcou no navio até o Paraguai”, informa um artigo de Matias Maxx, chamado Armas, Fardas, e um Cachorro Empalhado no Museu da PMERJ.
Os relatos históricos mostram que Brutus auxiliou em missões de resgate a soldados feridos e foi até ferido em combate, mas sobreviveu e voltou vitorioso ao país na condição de herói, de uma guerra sangrenta em que as forças aliadas derrotaram o ditador paraguaio.
No entanto, anos depois, passeando pelo Campo de Santana, Brutus acabou morreu envenenado.
O cão era muito querido por todos. Por isso, soldados fizeram uma vaquinha para pagar a autópsia e taxidermia do cachorro, confeccionando uma coleira comemorativa que pode ser vista com ele até hoje no museu da PM, que pode e deve ser visitado por todos, no Centro do Rio, que passa por momento de grande revitalização e agitação cultural.
Hoje em dia, o valente animal está empalhado no museu da polícia militar do Rio de Janeiro, que fica na Rua Marquês de Pombal, 128, Centro do Rio de Janeiro.