Não dá para realizar nenhuma mudança organizacional sem que o RH esteja envolvido.
É condição básica de qualquer mudança. Se o Rh não se envolver, não buscar alternativas, caminhos, soluções, apoiar os líderes, as mudanças não acontecem ou se acontecerem tornam-se muito difíceis e com resultados nem sempre satisfatórios.
Imagino que quase todos as pessoas que trabalham em organizações, que passam ou já passaram por profundas mudanças concordam com as afirmativas acima.
Perfeito. Até aqui estamos combinados.
O problema começa agora. Por que o RH enquanto departamento é sempre um dos últimos a mudar e quase sempre um dos mais difíceis a promover mudanças?
Atuando diretamente em empresas vejo que esta é uma dificuldade em muitas delas, quer sejam grandes, médias ou até pequenas.
As novidades, processos, novas tecnologias nunca começam pelo RH.
Queria entender o porquê.
O fato é que o RH exerce já há muito tempo uma função que não representa verdadeiramente a sua vocação e necessidade das empresas. Acho que de modo geral o RH é subutilizado. Infelizmente muitos ainda não o enxergam como estratégico e o coloca numa posição subalterna dentro das organizações. Geralmente o RH é demandado. Deveria ser o oposto. O RH deveria demandar.
Corrijam se estiver errado, mas pelo o que conheço as diretorias ou departamentos percebem a necessidade de fazer alguma alteração, mudar um rumo, seguir por um caminho diferente e neste momento clama pela ajuda do RH, para que este possa auxiliar a resolver um problema de modo a impactar o menos possível na Cultura da organização.
Não deveria ser assim, ou ao menos, nem sempre assim.
Já escrevi a respeito e sempre que posso comento sobre o assunto. Já está na hora das empresas dar ao RH o seu devido valor. Já passou da hora, aliás. Não tenho dúvida de que em um curto espaço de tempo, as empresas que realmente buscarem competir no mercado em alto nível, levarão os seus diretores de RH para cargos mais estratégicos e acreditem, para a presidência das empresas. Assim como já tivemos a era dos engenheiros, dos profissionais de vendas, de marketing, e outros, chegou a hora dos profissionais de RH assumirem a presidência.
E por que não o fazem ainda? Porque muitas vezes assumem uma posição passiva frente aos desafios e mudanças. O RH tem que ser estratégico. Ponto final. Não existe outra alternativa. Se sua empresa ainda não enxerga assim, comece rapidamente a pensar no assunto.
Se você RH não perceber dentro da sua organização espaço para que isto aconteça, desculpe mas a culpa é sua.
Na era em que vivemos e certamente nos próximos anos, mais do que nunca serão as pessoas o único grande diferencial das empresas. Só pessoas podem fazer uma empresa melhor. Nenhum sistema ou processo pode. Só pessoas. Repito.
Daí esta minha inquietação com relação ao RH. Assumam de uma vez por todas a sua função de que não é apenas a de servir de apoio para a mudança dos outros. Proponha mais. Mude primeiro. Veja como o RH pode e deve mudar. Não fique esperando ser chamado. Vá à linha de frente. Não tenha medo da mudança. Você sabe como ajudar aos outros mas na hora de trabalhar para você vale o velho ditado: “casa de ferreiro espeto de pau”.
Chegou a hora de assumir seu posto de comando. De nada vai adiantar se continuar a ser o grande ajudante da mudança dos outros se na sua hora, valer a máxima do “sempre foi assim”.
Lembre-se: Nada vale mais do que um bom exemplo. Se você RH mudar com determinação, a sua postura vai contaminar positivamente muito mais, do que se apenas participar como um auxiliar que após ajudar volta para sua “casinha” à espera de um novo chamado.
RH o seu momento está chegando desde que você se imponha como agente de mudança. Faça isto. Mude você primeiro. Sem medo. Com determinação, foco e energia. Sua empresa vai agradecer, pode acreditar.
Não estou dizendo que vai ser fácil, mas ou você toma para si o seu destino ou vai continuar a ser demandado até que não precisem mais de você. A escolha é sua. Se valer um conselho: Mude já! Sucesso!
Airton Carlini
Consultor, Autor e Palestrante, é expert nos temas Change Management, Network, Marketing, Inovação, Liderança, Excelência em Serviços e Empreendedorismo, vendas e Gestão de Pessoas.
Ministrou Palestras em inúmeros Congressos Nacionais e Internacionais.
Treinou e ministrou palestras in-company para milhares de profissionais em empresas como Avon, Dupont, Coca-Cola, Caixa, FMU, Philips, Nestlé, Hunter Douglas, Pamcary, Banco de Sangue São Paulo, Souza Cruz, Volvo, Alphaville Urbanismo, Imgram Micro, Câmara Alemã, Câmara Americana, Lincx, PUC, Endeavor, Hospital São Luiz, Dicico, Panasonic, Sebrae, Metro, CBTD, RB Serviços, Covidien, RSA, Grupo Positivo, entre outras, em temas como Gestão de Mudanças, Excelência em Serviços, Inovação e Empreendedorismo e vendas.
É autor do livro Marketing Aplicado as ONG’s, que foi o primeiro livro sobre Marketing do setor.
Advogado, pós-graduado em Marketing pela ESPM, e especialista em serviços pela FGV. É instrutor certificado em I-Belt – Gestão de Inovação. Formado em coaching e mentoring pelo Instituto ISOR com especialização em coach em Inteligência Emocional; Professor do da pós-graduação do Senac em Gestão de Pessoas nos temas Cultura Empresarial e Liderança e também no MBA de Gestão de Eventos de Luxo e do Espaço do Empreendedor. Palestrante da Academia de Vendas da ADVB.
É colunista oficial do Blog do Management da EXAME.com, onde escreve sobre Change Management, do Grupo Unifox e da Rádio Positiva onde fala sobre Inovação, Liderança, Empreendedorismo e Gestão de Pessoas.
www.airtoncarlini.com.br