No Dia Internacional da Mulher, o DIÁRIO DO RIO destaca o legado inspirador deixado por figuras femininas que moldaram profundamente a história e a cultura da Rio. Desde pioneiras na música até ativistas sociais e profissionais visionárias, essas mulheres deixaram um impacto duradouro que continua a inspirar gerações futuras.
Tia Ciata (1854 – 1924)
Cujo nome verdadeiro era Hilária Batista de Almeida, foi uma figura essencial na história do samba carioca. Nascida na Bahia e posteriormente estabelecida no Rio de Janeiro, Tia Ciata era uma mãe de santo que abriu as portas de sua casa na Praça Onze para músicos em um momento em que o samba era proibido por lei. Seu papel como anfitriã e incentivadora foi fundamental para o desenvolvimento e a disseminação do samba, culminando no registro do primeiro samba gravado, “Pelo Telefone”, na sua residência.
Dona Ivone Lara (1922 – 2018)
Carinhosamente chamada de Rainha do Samba e Grande Dama do Samba, foi muito além de uma talentosa compositora, cantora e instrumentista. Além de sua contribuição inestimável para o cenário musical carioca, Dona Ivone Lara também desempenhou um papel significativo na área da saúde. Formada em Enfermagem e Serviço Social, ela foi uma figura pioneira na reforma psiquiátrica do Brasil, trazendo sua compaixão e habilidades profissionais para melhorar a vida daqueles que sofriam de doenças mentais.
Nise da Silveira (1905 – 1999)
Nascida em Maceió, foi uma psiquiatra revolucionária que desafiou as práticas tradicionais de tratamento de pacientes mentais. Durante sua carreira, ela lutou contra métodos considerados agressivos, como choques elétricos, e defendeu o uso da arte como uma forma de terapia. Além disso, Nise foi pioneira ao reconhecer o potencial terapêutico do vínculo humano-animal, incorporando o cuidado e o afeto com os animais como parte do tratamento psiquiátrico. Em 1944 foi reintegrada ao serviço público e iniciou seu trabalho no Centro Psiquiátrico Nacional Pedro II, no Engenho de Dentro, no subúrbio do Rio, onde fez história na unidade.
Mercedes Baptista (1921 – 2014)
Mercedes foi bailarina e coreógrafa, considerada a maior precursora do Balé e da Dança Afro no Brasil. Nasceu no ano de 1921. Na então capital federal, depois de estudar no Colégio Municipal Homem de Mello, na Tijuca, exerceu profissões diversas, inclusive trabalhando na bilheteria de um cinema. Mercedes foi a primeira bailarina negra a integrar o corpo de baile do Theatro Municipal do Rio de Janeiro. Mercedes Baptista contribuiu para a história da dança e das artes do corpo no Brasil, através de suas pesquisas sobre matrizes culturais africanas, além de possibilitar a presença de artistas negros e negras em espaços tradicionais do balé brasileiro.
Leila Diniz (1945 – 1972)
Além de ser uma talentosa atriz, foi uma mulher à frente de seu tempo que desafiou normas sociais conservadoras. Ela se tornou conhecida por sua postura irreverente e desinibida, exibindo-se grávida na praia e falando abertamente sobre sua vida pessoal em uma época de grande repressão. Sua coragem em quebrar tabus e desafiar convenções a transformou em um símbolo de liberdade e empoderamento feminino.
Chiquinha Gonzaga (1847 – 1935)
Filha de um militar, desafiou as expectativas de seu tempo ao seguir sua paixão pela música. Apesar das pressões sociais e familiares, ela abandonou um casamento arranjado e dedicou-se à carreira musical, tornando-se uma das primeiras mulheres a reger uma orquestra no Brasil. Sua composição mais famosa, “Abre Alas”, é um hino do carnaval carioca e seu legado como uma das precursoras do samba é inegável.
Princesa Isabel (1846 – 1921)
Embora controversa, desempenhou um papel crucial na história do Brasil como defensora da abolição da escravidão. Como herdeira do trono imperial, ela assinou a Lei Áurea em 1888, concedendo liberdade aos escravos no país. Apesar das críticas e controvérsias que cercam suas ações, a Princesa Isabel deixou um legado significativo na luta pela igualdade e justiça social no Brasil.
Elza Soares (1930 – 2022)
Elza foi uma das maiores vozes da música popular brasileira, conhecida por sua voz única e presença marcante nos palcos. Nascida e criada na Vila Vintém, no subúrbio do Rio de Janeiro, ela superou adversidades pessoais e profissionais para se tornar uma das artistas mais aclamadas do país. Sua música transcendeu fronteiras, tocando os corações de milhões ao redor do mundo e inspirando uma nova geração de artistas.
Glória Maria (1949 – 2023)
Nascida e criada em Vila Isabel, na Zona Norte do Rio, foi uma grande figura de destaque no jornalismo brasileiro, quebrando barreiras ao longo de sua carreira. Como uma das primeiras repórteres a entrar ao vivo em cores no Jornal Nacional, Glória Maria conquistou reconhecimento nacional e internacional por suas coberturas jornalísticas de eventos históricos e seu compromisso com a excelência profissional.
O Samba é só um subgênero musical que saiu do Choro.
Parem de colocar esse subgênero acima do gênero musical principal que é o Choro Carioca.