A igreja de Nossa Senhora da Lapa dos Mercadores volta, neste ano, a ter uma extensa programação da Semana Santa. Um dos destaques é o resgate do tradicional Lava-Pés, cerimônia da Igreja Católica, associada à Última Ceia, na quinta-feira santa, quando Jesus lavou os pés dos seus discípulos. Conforme divulgado pelo jornalista Ancelmo Gois, os padres Victor Hugo Nascimento e Vitor Pereira farão o rito do Lava-Pés, marcado para às 17h30, na Missa da Santa Ceia.
A igreja, que é a padroeira dos comerciantes do Rio de Janeiro, convidou 12 representantes do comércio para participarem do rito religioso do Lava-Pés. Na cerimônia, todos irão pedir pela retomada comercial do Centro e pelo sucesso dos projetos de reavivamento da região. Entre os comerciantes, destacam-se o presidente da associação comercial do Rio de Janeiro, Josier Vilar, o antiquário José Newton Cunha, Manuel Castro de Souza, dono de três lojas do Palácio das Ferramentas, na região, Renan Ferreira, dono do restaurante Capitu, Aldo Gonçalves, presidente do Sindilojas, Alvinho da Camélia Flores, e Leonardo Bindes, da Tabacaria Ouvidor.
Na Sexta-feira Santa haverá, às 15h, o Ato Litúrgico da Paixão do Senhor e o tradicional Beijo na Cruz, com Dueto de Vozes & Matracas. A missa do sábado de Aleluia começará, às 18h, no Arco do Telles.
“A Irmandade tem o maior orgulho de estar voltando a promover devoções populares e tradições que ajudaram a moldar o Rio de Janeiro desde a sua fundação. E é por isso que estamos promovendo essa Semana Santa na Rua do Ouvidor. Foi uma alegria ver completamente lotada a procissão do Domingo de Ramos em plena chuva no Arco do Teles. Essa é uma retomada que vem junto com a nossa luta pelo reavivamento do Centro Histórico do Rio de Janeiro“, diz Cláudio Castro, provedor da Irmandade dos Mercadores, mais antiga organização de comerciantes do país (1743).
No último Domingo de Ramos, dia 24 de março, ocorreu uma procissão com saída do Arco do Teles, onde foi instalado um oratório de época em frente à futura sede do DIÁRIO DO RIO. A procissão contou com diversos músicos e cantores que acompanharam a comunidade de fiéis em direção à igrejinha, que fica bem na esquina da travessa do Comércio com a Ouvidor. Durante a procissão, as portas da igreja permaneceram fechadas, enquanto o sacerdote conduziu um antigo ritual de origem portuguesa e hispânica. Esta prática, ainda hoje realizada na Sé de Braga, em Portugal, consiste em um diálogo cantado entre um coral nas janelas da fachada e o público do lado de fora, até que a procissão seja autorizada a entrar no templo. Os fiéis carregaram as tradicionais palmas que simbolizam o Domingo de Ramos, data que inicia as comemorações da Semana Santa.
legal a tradição. gosto muito.