Será que vale a pena voltar com o ex, apenas porque você não encontrou ninguém novo?

Para responder a essa pergunta, precisamos considerar o que leva alguém a pensar em reatar com o ex, especialmente se houve bons motivos para o término.

Na maioria das vezes, o motivo é a frustração de não ter encontrado outra pessoa e a solidão de estar só. Muitas vezes, nos acostumamos com a companhia de alguém, até mesmo quando não estamos felizes ao seu lado.

Nossa mente possui a incrível capacidade de esquecer, ou melhor, de minimizar, como se fosse uma lâmpada dimerizável, todos os momentos ruins vividos. Isso ocorre como um mecanismo de defesa para nos livrar desse desprazer momentâneo. O problema é que nossa mente busca uma solução a curto prazo, sem considerar as consequências a longo prazo.

E vamos admitir, ninguém gosta da solidão. Há pessoas que apreciam sua própria companhia, enquanto outras não. Meu objetivo não é convencê-lo(a) a desfrutar dessa solitude. Há pessoas que jamais apreciarão isso. Contudo, essa solidão não deve pressioná-lo(a) a tomar decisões precipitadas que trarão consequências negativas a longo prazo, como voltar com o ex ou a ex.

Percebo frequentemente em meus atendimentos um padrão em que as pessoas voltam com seus ex por solidão, carência ou até medo de não encontrar ninguém pelo resto da vida.

O resultado é sempre o mesmo: uma fase de lua de mel, sexo e momentos agradáveis por duas ou três semanas, mas logo a realidade raparece, e os motivos do término se tornam evidentes novamente.

O maior risco dessa dinâmica é que ela se torne um hábito. Porque terminar e voltar constantemente desgasta ainda mais a relação. E o pior é que você passa a evitar a dor e frustração que são inescapáveis nesse período de solteirice.

Sempre digo aos meus pacientes: tudo na vida são fases, e quase nada é eterno. Se você está sozinho(a) hoje, isso muito possivelmente vai passar. Nunca sabemos o que o amanhã nos reserva, mas esse não deve ser um motivo para voltar a algo medíocre, insatisfatório, que já não te fazia feliz.

E, para provocar uma reflexão ainda mais profunda, pergunte-se: “Como eu me sentia estando nesse relacionamento? Gostaria de voltar a me sentir assim?” Acredito que a resposta vai te frear um pouco. Bom, espero pelo menos.

Então, o que você pode fazer para lidar com essa fase delicada?

O primeiro passo é se abrir para novas experiências. A melhor forma de fazer isso é focar em uma vida rica em estímulos e novidades. Você está em busca de algo novo? De alguém novo? Então, quais lugares diferentes você começou a frequentar? Quais grupos ou tribos novas você se juntou?

Sendo mais preciso, se você gosta de exercícios, considere entrar em um grupo de corrida; se a literatura é sua paixão, procure por clubes de leitura presenciais; se a dança te anima, por que não se inscrever em uma aula? Expandir seus horizontes é fundamental para encontrar alguém que compartilhe dos seus interesses e valores.

No entanto, é importante fazer isso por você, não apenas com o objetivo de encontrar um parceiro. Ao enriquecer sua vida com atividades que te fazem feliz, você naturalmente se tornará mais atraente para os outros, mais interessante. Além disso, ao se concentrar em seu próprio desenvolvimento, você reduzirá a pressão e a ansiedade de “ter que encontrar alguém”, o que pode, paradoxalmente, tornar mais fácil encontrar alguém especial. Afinal de contas, pessoas interessantes se atraem, porque ambas têm muito a oferecer.

Em resumo, “antes só do que mal acompanhada” não é apenas um ditado popular, mas um lembrete de que sua felicidade e bem-estar devem sempre vir em primeiro lugar. Se um relacionamento passado não te fazia feliz, lembre-se de que você merece mais. Muito mais!

Chega de relacionamentos medíocres!
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