Um novo projeto de lei apresentado pela vereadora Vera Lins na Câmara Municipal do Rio quer a divisão de uma região de Madureira em três novos bairros: Buriti Congonhas, Cajueiro e Serrinha. A medida visa reestruturar a área, atualmente parte da Área de Planejamento 3 (AP3), que abrange grande parte da Zona Norte da cidade, em resposta ao crescimento urbano e à demanda por melhor organização territorial.
Limites Propostos
Buriti Congonhas
Buriti Congonha abrangerá a área à esquerda da Avenida Ministro Edgar Romero, após o Mercadão, no sentido de Irajá. Essa região é caracterizada por sua proximidade com o comércio local e importantes pontos de referência como o Mercadão de Madureira.
Cajueiro
Cajueiro, conforme proposta da vereadora Vera Lins, será delimitado na área adjacente ao Buriti Congonhas, também ao lado esquerdo da Avenida Ministro Edgar Romero, próxima ao Mercadão e à Fábrica da Piraquê.
Serrinha
Por fim, Serrinha, mais conhecida pelos cariocas e sua identidade cultural, pode compreender a área que se estende da Favela da Serrinha até as proximidades com Engenheiro Leal, do lado oposto ao Mercadão. A área abriga a Casa Jongo da Serrinha
A proposta de divisão está gerando debates, considerando que Madureira é reconhecida como um polo econômico e comercial no subúrbio do Rio. Alguns expressam preocupações quanto ao impacto potencial na dinâmica imobiliária e no desenvolvimento econômico da área, enquanto outros destacam os benefícios de uma gestão mais localizada e focada nas necessidades específicas de cada novo bairro proposto.
Madureira
Historicamente, Madureira sempre foi um dos bairros mais influentes do subúrbio carioca, desde os tempos do Império. Originalmente parte da Freguesia do Irajá, o bairro ganhou destaque estratégico entre os demais da Zona Norte e como rota para as fazendas de Jacarepaguá. No início do século 20, virou refúgio para ex-escravizados e população de baixa renda após as reformas urbanas no Centro do Rio, refletindo a expansão urbana pela cidade.
O bairro é uma dos mais densamente povoados do Rio e faz limite com Oswaldo Cruz, Cascadura, Campinho, Cavalcanti e Vaz Lobo, abrigando cerca de 50 mil habitantes. Além de ser um importante polo cultural afro-brasileiro, o bairro é lar de patrimônios da cidade como as escolas de samba Portela e Império Serrano, além da Casa do Jongo da Serrinha e diversos terreiros de matrizes africanas.
Justificativa
A vereadora Vera Lins justifica a necessidade da medida considerando as recentes melhorias promovidas pela prefeitura, que têm modernizado e melhorado a qualidade de vida dos moradores, incentivando o comércio local, o transporte coletivo e outras necessidades essenciais para o bem-estar comunitário.
A proposta seguirá em discussão na Câmara Municipal.