O Corpo de Bombeiros Militar do Rio de Janeiro (CBMERJ) registou, em 2024, até a última terça-feira (02/07), 1.656 ocorrências relacionadas à pane de elevadores em todo o estado, o que representa uma média de 18 casos por dia. Desse total, 1.342 – isto é, cerca de 81% – aconteceram na capital fluminense.
Vale ressaltar que a quantidade de ocorrências este ano é 14% maior em relação ao mesmo número de dias em 2023 (foram 1.451 na ocasião).
Só nesta semana, três casos ganharam notoriedade no Rio. No Hospital Municipal Salgado Filho, no Méier, um paciente ficou 16 minutos dentro de um elevador que parou entre os andares. Após ser resgatado e sofrer uma parada cardiorrespiratória, ele acabou falecendo.
Já no Centro, uma mulher ficou ferida quando um dos elevadores da Secretaria de Estado de Fazenda bateu no teto do prédio, localizado na Avenida Presidente Vargas. Por fim, em Copacabana, outro homem morreu após um elevador despencar em um edifício residencial.
”É importante frisar que, em mais de 90% desses casos, as vítimas são resgatadas bem, lúcidas. A grande maioria dos casos é apenas de interrupção do funcionamento, quando as pessoas ficam retidas dentro da cabine por um tempo, aguardando o socorro”, afirma o major Fábio Contreiras, porta-voz do CBMERJ, ressaltando que os casos de maior gravidade ocorrem somente quando os sistemas de segurança dos elevadores não funcionam. Para que isso seja evitado, ele destaca a importância de cobrar dos responsáveis a correta manutenção dos equipamentos.
Corroborando com Fábio, o engenheiro mecânico e de segurança do trabalho Jaques Sherique, coordenador da Câmara de Engenharia Mecânica do Conselho Regional de Engenharia e Agronomia (Crea-RJ), afirma que o trabalho de prevenção deve ser feito mensalmente e sob o comando de profissional devidamente habilitado para essa função.
”Muitos dos acidentes acontecem quando as pessoas que vão fazer a manutenção não seguem as normas necessárias de reparos mecânicos, elétricos, hidráulicos que existem nesses equipamentos. O elevador é um aparelho muito sensível. As pessoas pensam no elevador só para manutenção corretiva, ou seja, quando apresenta um ruído ou falhas, mas ele deve ser mantido preventivamente pelo menos uma vez por mês”, explica ele.