Entre primeiro de janeiro e quinze de julho de 2024, foram 197 dias de avaliação da qualidade do ar em diversos pontos da cidade do Rio de Janeiro. Na área que corresponde à região de Manguinhos e adjacências, por 80 vezes a medição se mostrou abaixo dos padrões aceitáveis para a boa respiração humana.
As medições são feitas por estações do Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e da Prefeitura da cidade do Rio.
“Acredito que o enorme engarrafamento que se formou na Avenida Brasil após a inauguração do corredor Transbrasil tem efeito sobre a qualidade do ar, principalmente em Irajá e Manguinhos“, pontua o geógrafo Hugo Costa.
Professora e pesquisadora na área de química, com ênfase em química atmosférica, química ambiental e poluição doméstica, Adriana Gioda explica que “a qualidade do ar varia muito de um local para outro devido às diferentes fontes e também de um dia para outro. É difícil generalizar. Por exemplo, hoje a maioria dos locais monitorados na região metropolitana estavam com boa qualidade do ar, com exceção de Manguinhos. Por outro lado, a qualidade do ar de Duque de Caxias estava de moderada a ruim“.
Gioda ainda frisou que “é preciso ter cautela ao avaliar o índice de qualidade do ar uma vez que no Brasil é usado padrão da OMS de 2005. Os novos limites sugeridos em 2021 são mais restritivos e com isso poucos locais conseguem atingir a meta, principalmente, o material particulado, considerado um dos piores poluentes do ar“.