A Companhia Estadual de Águas e Esgotos do Rio de Janeiro (Cedae) lançou um edital de licitação para revitalizar o Chafariz da Glória, localizado na Zona Sul da cidade. As obras, que também incluem o prédio de dois andares atrás do monumento, estão orçadas R$ 2,8 milhões. O resultado da concorrência deve sair em agosto, com as obras sendo concluídas em 18 meses, a partir do seu início.
Após a requalificação, o conjunto será alugado para a iniciativa privada, que ficará autorizada a explorar o espaço, com a responsabilidade de fazer a devida manutenção, sob a fiscalização da Cedae, que exigirá o funcionamento do chafariz. A escolha do locatário também será feita por licitação, que exigirá usos de baixo potencial de dano ao imóvel e acesso do público, como pequenos negócios, especialmente de caráter cultural ou gastronômico.
Para tornar prédio economicamente atraente e rentável, será construída uma laje que funcionará como terraço semicoberto, com toldo retrátil. Também serão feitas intervenções, como: reforma de pisos e instalações elétricas, construção de rampas para PCDs, instalação de paredes divisórias, de guarda corpo no terraço e de banheiros, além de fechamento em vidro do andar térreo.
Representantes da Associação de Moradores e Amigos da Glória (Amag) aprovaram a medida, depois de anos cobrando soluções para o patrimônio, que tem sido depreciado por pichações, furtos e uso inadequado, como “arara” para venda de roupas e objetos, como observou o jornal O DIA.
“Achamos essa proposta muito interessante. Porque a gente tem visto um trabalho de enxugar gelo, infelizmente. O chafariz fica exposto, não tem grade e jogam lixo e picham o monumento. Aprovamos a medida, com o compromisso de que a fachada será mantida. Estamos felizes. Se ficar bem conservado, vamos dar todo apoio à manutenção. Historicamente, lutamos pelos bens do bairro”, disse o conselheiro fiscal da Amag, Paulo Cesar Nunes dos Santos, ao veículo.
Inaugurado em 1772, no vice-reinado do Marquês do Lavradio, o Chafariz da Glória foi tombado pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), em 1938. O chafariz era abastecido através do Aqueduto da Carioca, os Arcos da Lapa. A sua revitalização seguirá os moldes originais, com instalação de quatro rosáceas e duas bicas, além de pintura.