A campanha eleitoral para as eleições municipais de 2024 no Rio de Janeiro teve seu pontapé inicial nesta sexta-feira, 16 de agosto, com os candidatos à prefeitura e à câmara de vereadores adotando diferentes estratégias para se conectar com o eleitorado. Desde atos tradicionais até abordagens mais inovadoras, o primeiro dia de campanha já revela as linhas de batalha que serão travadas nos próximos meses.

Eduardo Paes inicia com tradição

O atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), manteve a tradição ao iniciar sua campanha na Basílica de Nossa Senhora da Penha, em um evento que contou com a participação de sua esposa, Cris Paes, e de aliados políticos do PT, PSB e PSD. Essa escolha remete à era Cesar Maia, que também começava suas campanhas na Penha, marcando um início de campanha simbólico.

Marcelo Queiroz e a inovação caramelada

Diferente de Paes, o deputado federal Marcelo Queiroz (Progressistas) trouxe um toque de inovação ao lançar sua campanha com uma caminhada em Copacabana, ao lado de suas duas cachorrinhas. Conhecido por sua defesa da causa animal, Queiroz apostou em um discurso por “um Rio mais caramelo“, fazendo referência ao popular cão caramelo, símbolo de afeto e amizade. Acompanhado por sua vice, Tereza Bergher (PSDB), e outros candidatos de seu partido, Queiroz tenta consolidar sua base eleitoral, embora a viabilidade de sua mensagem ressoar além de seu nicho permaneça incerta.

Quem são os candidatos a vereador do Rio de Janeiro em 2024?

Ramagem e o apoio Bolsonarista

O candidato Alexandre Ramagem, do PL, optou por uma campanha com forte apelo bolsonarista. Ele começou o dia com uma caminhada na Central do Brasil, ao lado de diversos candidatos a vereador e do senador Flávio Bolsonaro, sublinhando sua ligação com o ex-presidente Jair Bolsonaro. Ramagem também publicou um vídeo longo em suas redes sociais, o que gerou controvérsias entre especialistas em marketing digital. Enquanto alguns criticaram a duração excessiva para os padrões atuais das redes sociais, outros acreditam que a mensagem pode ressoar bem com idosos e o público bolsonarista mais fiel.

Dificuldades de marketing e campanhas fracas

A campanha de Rodrigo Amorim (União Brasil), outro candidato de perfil bolsonarista, foi criticado pela ausência de ações marcantes no primeiro dia. Sem aparições públicas significativas ou material de campanha relevante, Amorim corre o risco de ficar à margem do debate eleitoral neste início. Da mesma forma, Carol Sponza, candidata do NOVO, foi para frente da Prefeitura do Rio onde se limitou a fazer caras e bocas.

Por outro lado, a vereadora Joyce Trindade, apoiada por Eduardo Paes, cometeu um deslize em sua estratégia de comunicação ao lançar um jingle que sugere que o eleitor “não precisa mais votar nele” – uma mensagem que pode ser mal interpretada, considerando que seu maior padrinho político é candidato pela quarta vez à prefeitura.

Felipe Michel: do futebol ao palco eleitoral

Felipe Michel, que já foi jogador do Flamengo e atualmente vereador, busca seu terceiro mandato na Câmara Municipal. Para dar o pontapé inicial em sua campanha, Michel chamou para cantar seu jingle eleitoral ninguém menos que Mc Darlan e Blogueirinho da Colina, personalidades conhecidas no cenário do funk e das torcidas organizadas. A escolha da música não foi por acaso: uma versão do famoso canto da torcida vascaína “A Barreira Vai Virar Baile” foi adaptada para o jingle, misturando futebol e cultura popular.

A música, com seu ritmo contagiante, tem potencial para se tornar um “chiclete” entre os eleitores, ficando na cabeça de muitos até o dia da votação.

Talita Galhardo: a força do samba na política

Talita Galhardo, que também é candidata à vereança e conhecida como “Eduardo Paes de saias“, optou por lançar sua campanha em um ambiente que simboliza bem o espírito carioca: uma roda de samba. Na noite do primeiro dia de campanha, Talita estava presente em um evento de samba, onde aproveitou para lançar um jingle de campanha extraoficial.

A escolha do samba como pano de fundo para o início de sua campanha não é acidental. Talita busca se associar a elementos culturais profundamente enraizados na identidade do Rio de Janeiro, assim como Eduardo Paes, que tem forte ligação com eventos populares e culturais da cidade.