Nesta sexta-feira, o pontapé inicial da propaganda eleitoral obrigatória na TV e no rádio marcou o início oficial das campanhas eleitorais no Rio de Janeiro. No entanto, o começo das transmissões não impressionou e deixou a desejar, com alguns candidatos mostrando fraquezas evidentes em suas estratégias de comunicação.
Eduardo Paes e o Feijão com Arroz da Campanha
O atual prefeito e candidato à reeleição, Eduardo Paes (PSD), optou por uma abordagem tradicional em seu primeiro programa. Paes ressaltou suas realizações e comentou sobre o estado de abandono em que encontrou a cidade antes de sua administração. O vídeo, disponível no canal do DIÁRIO DO RIO no YouTube, mostra Paes prometendo continuar seu trabalho e fazer ainda mais pela cidade, mas sem grandes novidades ou inovações em sua mensagem.
Alexandre Ramagem: Falta de Carisma e Erros de Comunicação
Já Alexandre Ramagem, do PL, enfrentou críticas por sua falta de carisma e por um discurso considerado cansativo. Seu tempo de propaganda foi usado para contar sua história pessoal, mas a ausência de dinamismo e de apoio visual, como a participação de figuras influentes como Jair Bolsonaro, acabou tornando o programa monótono. Ramagem, que recentemente perdeu quatro pontos nas pesquisas, precisa urgentemente revisar sua estratégia de comunicação se quiser recuperar terreno na corrida eleitoral.
Tarcísio Motta e a Dificuldade em Dialogar com o Centro
Tarcísio Motta, do PSOL, enfrentou o desafio de tentar captar o eleitorado de centro, mas acabou se posicionando como um candidato claramente de esquerda, o que pode limitar seu alcance. Ao tratar da questão da fome no Rio de Janeiro, Motta mencionou o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST) como uma solução, o que gerou reações negativas. Mencionar o MST, uma organização que divide opiniões, afastou parte do eleitorado, mostrando uma falta de sensibilidade em sua comunicação.
Marcelo Queiroz e o “Top de Caramelos”
Por outro lado, Marcelo Queiroz, do PP, adotou uma abordagem leve e descontraída, focando em temas populares como a causa animal. Seu “Top de Caramelos”, referência aos cães sem raça definida, apelou ao público pet lover, demonstrando que a escolha de um nicho específico pode ser uma estratégia eficaz para se destacar.
Rodrigo Amorim: A Voz Forte da Oposição
Rodrigo Amorim, do União Brasil, destacou-se por ser o único a realmente se posicionar de forma clara como oposição a Eduardo Paes. Seu discurso incisivo focou na desordem urbana e no abandono da cidade, temas que ressoam com parte significativa do eleitorado. Amorim aproveitou bem seu tempo de TV para se firmar como uma voz contundente contra a atual gestão, o que pode consolidar sua posição como o principal adversário de Paes.
Felipe Michel e a Tentativa de Surfar na Onda Marçal
O vereador Felipe Michel (PP) tentou associar-se à figura de Pablo Marçal (PRTB), conhecido coach, empresário e candidato a prefeito de São Paulo. No entanto, a tentativa foi vista como forçada, destacando mais as fraquezas de Michel do que qualquer similaridade real com Marçal.
Enquanto Marçal é reconhecido por sua habilidade com as redes sociais e por construir sua carreira fora da política tradicional, Michel parece depender mais das máquinas políticas tradicionais.
Tainá de Paula: Um Exemplo de Campanha Bem Executada
Tainá de Paula, vereadora e ex-secretária de Meio Ambiente, fez uma entrada sólida na campanha com um vídeo que conta sua história na Praça Seca. O material foi bem recebido e elogiado por sua autenticidade e por conectar sua trajetória pessoal às lutas que promete encampar. Mesmo críticos, como o apresentador, reconheceram a qualidade do trabalho de sua equipe de comunicação.
Pedro Duarte: O Fiscalizador da Democracia
Por fim, o vereador Pedro Duarte (NOVO), conhecido por sua postura fiscalizadora, não perdeu a oportunidade de se destacar. Duarte foi ao Shopping da Gávea para desafiar uma situação em que outro candidato, Marcelo Queiroz, foi impedido de panfletar pelos seguranças do local. Duarte, que se destacou por sua defesa da liberdade de expressão, confrontou a segurança do shopping e fez questão de mostrar que a calçada é um espaço público. Sua atitude reforçou sua imagem de defensor da democracia, ganhando pontos por sua postura ativa.
Conclusão: Um Início de Campanha Morno, mas com Destaques
O primeiro dia de propaganda eleitoral na TV e no rádio do Rio de Janeiro mostrou que alguns candidatos ainda precisam ajustar suas estratégias, enquanto outros já estão se destacando por sua abordagem. Com uma campanha que promete ser disputada até o fim, a comunicação será crucial para definir quem conquistará o eleitorado carioca. O Diário do Rio continuará acompanhando de perto cada movimento dos candidatos e trará todas as análises para você, leitor. Não deixe de curtir, comentar e compartilhar nossos conteúdos para ajudar a fortalecer a democracia em nossa cidade.
Na pesquisa Prefab, o Eduardo Paes é o candidato com maior rejeição. Rejeição maior que o segundo e o terceiro colocados somados, principalmente nas zonas Norte e Oeste. É provável que essa eleição tenha abstenção e votos nulos maior.