Justiça Eleitoral suspende pesquisa suspeita de fraude em Niterói contratada por jornal local

A empresa Costa e Mariath Ltda já esteve envolvida em diversas denúncias de fraude eleitoral em outros municípios do estado do Rio de Janeiro

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A Justiça Eleitoral de Niterói suspendeu, no domingo (15/09), a divulgação de uma pesquisa eleitoral contratada pelo jornal O Fluminense, após suspeitas de manipulação de dados. A decisão foi tomada pela juíza Simone Ramalho Novaes, da 72ª Zona Eleitoral, atendendo a um pedido do Ministério Público Eleitoral, que apontou inconsistências graves nos resultados do levantamento, realizado pelo instituto Intelligence Pesquisa e Comunicação, registrado sob o nome Costa e Mariath Ltda. A informação é do Agenda do Poder.

Segundo o MP, a pesquisa, que envolveu 1.100 entrevistas, apresentou distorções nos perfis de renda e escolaridade dos eleitores, o que poderia influenciar o resultado em benefício de interesses políticos. Em Niterói, cidade que possui uma das maiores rendas per capita do estado e um alto número de eleitores com curso superior, a pesquisa indicava um aumento significativo na quantidade de analfabetos e eleitores semiletrados, enquanto o percentual de eleitores com nível universitário caía drasticamente. Além disso, eleitores com renda superior a cinco salários mínimos foram erroneamente classificados como pessoas sem renda ou com rendimentos muito inferiores.

Histórico de irregularidades

A empresa Costa e Mariath Ltda já esteve envolvida em diversas denúncias de fraude eleitoral em outros municípios do estado do Rio de Janeiro, como Duque de Caxias, Resende, Rio Bonito, Rio das Ostras e Cachoeiras de Macacu. Um dos sócios, Ricardo Machado Mariath, foi denunciado em 2019 pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (GAECO) do Ministério Público do Rio de Janeiro, por suposta participação em uma quadrilha acusada de fraudes em licitações na prefeitura de Silva Jardim.

A suspeita de fraude na pesquisa de Niterói foi reforçada por denúncias feitas pelos advogados do PDT, que destacaram “erros grosseiros” nas amostras coletadas, afetando diretamente o resultado da pesquisa e, potencialmente, influenciando a opinião pública.

Decisão judicial

Diante das evidências apresentadas, a juíza Simone Ramalho Novaes concedeu liminar suspendendo a divulgação da pesquisa até que os erros apontados sejam devidamente apurados. A magistrada destacou a urgência da medida para evitar prejuízos ao processo eleitoral em andamento. Caso a empresa responsável pela pesquisa ou o jornal O Fluminense descumpram a decisão, a multa diária estabelecida é de R$ 5.000,00.

Outras denúncias contra Costa e Mariath

Além do caso de Niterói, a Costa e Mariath Ltda enfrenta outras denúncias de irregularidades em pesquisas eleitorais. A empresa está sendo investigada por suposta fraude em Duque de Caxias, após uma pesquisa divulgada em um veículo de comunicação local mostrar o candidato Netinho Reis à frente, em contraste com outra pesquisa do instituto Quaest, que apontava a liderança de Zito. Os advogados do candidato José Camilo dos Santos solicitaram ao TRE-RJ busca e apreensão de documentos na sede da empresa e nos endereços dos sócios.

A investigação indica que a Costa e Mariath não teria capacidade financeira para realizar pesquisas com os recursos próprios declarados ao TSE, e que a empresa funcionaria em um endereço ligado a um instituto de beleza no interior de São Paulo.

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