Suspeita de ‘Dia do Fogo’ em florestas do RJ leva Ibama a formar força-tarefa para ações emergenciais

Diversos órgãos estaduais e federais participam da força-tarefa para debater ações e estratégias para conter e punir criminosos. Estado já registra o maior número de incêndios desde 2017

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Corpo de Bombeiros do Rio de Janeiro combatendo foco de incêndio

Nesta terça-feira (17/09), representantes do Ibama se reuniram com diversos órgãos estatuais e federais para criar uma comissão voltada ao enfrentamento dos incêndios florestais que assolam o Rio de Janeiro. A instituição acredita que há fortes indícios de que houve um comando para a realização de um “Dia do Fogo” no estado, similar a ações coordenadas para provocar incêndios intencionais em outros biomas do país.

A proposta é organizar um conselho para conduzir estratégias para enfrentamento do fogo com prevenção e combate em campo, mas também responsável por investigar, identificar e punir os responsáveis pelos incêndios criminosos, sejam executores ou mandantes. “Não pode se dizer natural. O fogo é iniciado sempre por uma causa e nessa quantidade existem indícios de que há criminosos agindo”, afirma Carolina Esteves, superintendente substituta do Ibama-RJ, ao Jornal G1.

Segundo informações, participaram da reunião a Polícia Federal, a Polícia Rodoviária Federal, a ABIN, o ICMBio, o INEA, o CEPAM, a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros.

Incêndios Florestais no Estado

Nos últimos 15 dias, foram registrados 1.389 pontos de incêndios florestais. Desde a criação do  gabinete de crise pelo governador, na última quinta-feira (12), foram combatidos 1.280 incêndios. De acordo com o Corpo de Bombeiros, há cerca de 80 focos de incêndio espalhados na região.

Desde janeiro até agora, foram registradas 17 mil ocorrências de incêndios, superando o total de 11 mil do ano passado. Além disso, as denúncias ao Linha Verde, o programa ambiental do Disque Denúncia, aumentaram para 440 neste ano, em comparação com 307 no ano passado.

Por enquanto, o Governo do Rio de Janeiro informou que mais de 20 suspeitos são investigados pela polícia por provocarem incêndios florestais no estado. A Polícia Civil do Rio de Janeiro, por meio da Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), realizou na última segunda-feira (16/09) uma série de operações para combater incêndios criminosos em parques estaduais. As ações ocorreram na Região Serrana, em Niterói e na capital fluminense, com o objetivo de identificar e responsabilizar os autores desses crimes ambientais. 

Em Petrópolis, um adolescente foi levado à delegacia, juntamente com seu pai, após admitir ter provocado o incêndio que destruiu grandes áreas de vegetação nas regiões de Pedro do Rio e Secretário no domingo (15/09). Já em Valença, uma câmera de segurança registrou um homem em uma moto incendiando uma área de vegetação na última quarta-feira (11/09), o mesmo dia em que começaram os incêndios no Parque Estadual da Serra da Concórdia e no Monumento Natural da Serra da Beleza.

Como medida de segurança, o Governador Cláudio Castro determinou o fechamento de 40 unidades de conservação no sábado (14/09) para proteger a população e concentrar esforços no combate aos incêndios. Ainda não há previsão de reabertura.

Chuvas no Rio de Janeiro

Nesta terça-feira (17/09), o transporte de umidade do oceano para o continente manteve o clima instável na cidade. O céu permaneceu nublado a encoberto, com possibilidade de chuva fraca isolada ao longo do dia, e os ventos continuaram moderados, intensificando a sensação de frescor.

Na capital, durante a manhã, a umidade alcançou mais de 80% em todas as estações do Sistema Alerta Rio, da Prefeitura, superando o nível recomendado de 60% pela Organização Mundial da Saúde. No último dia 12, a umidade relativa do ar na cidade havia caído para 10,3%, segundo o município.

Apesar do aumento na umidade, que ajuda na extinção dos focos de incêndio, as chuvas regulares só devem retornar em outubro.

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